segunda-feira, 28 de julho de 2008

Versão virtual

Oi, eu sou o Paulinho e gosto de acreditar nas pessoas, mesmo que elas sejam malvadas.

domingo, 27 de julho de 2008

Anotação

Querido diário,

Favor me lembrar todos os dias o quanto filhos-da-puta os homens podem ser.

Atenciosamente,

Paulinho, o enganado.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Gays: uma caixinha de surpresas

Vou pegar carona no último post do Augusto, o editor de arte da DOM, sobre Madonna na capa da revista e quero fazer uma espécie de desabafo-discussão aqui no blog (afinal, esse é um dos papéis deste veículo, certo?). Desde que entrei na DOM e comecei a ganhar um maior contato com o público gay (não como participante, como era antes, e sim como observador), tive a oportunidade de poder analisar as diversas e, muitas vezes, controversas opiniões dos leitores. Eu acho que o post do Augusto consegue ilustrar bem o que quero (embora não saiba se conseguirei sem parecer arrogante) demonstrar.

Por que falamos incessantemente de Madonna nos veículos assumidamente gays (e em tantos outros enrustidos)? Será que pisamos sempre na tecla clichê e não abrimos espaço para novas “musas”? Por que, enfim, os gays idolatram essa cantora?

A grande questão não é conseguir responder a essas perguntas e sim usá-las de gancho para um dos temas centrais dos pensamentos que quero desenvolver. As revistas gays têm que necessariamente retratar assuntos gays? Concordam ou discordam?

Essa foi uma das perguntas questionadas no debate A Homossexualidade na Mídia, promovida na última semana na Caixa Cultural, em São Paulo. O evento contou com a participação de Rodrigo de Araújo, da G Magazine, André Fischer, da Junior e nosso Valmir Junior, da DOM. Aparentemente, quando se lê essa pergunta, vem à cabeça a resposta “não, podemos falar de tudo!”. Sim, realmente pode-se falar de tudo, mas será que é isso que o público quer? Partindo do pressuposto que uma revista segmentada significa que ela irá atingir um público específico, entende-se que o assunto de público também será específico. Concordam ou discordam?

Não que necessariamente só se deva falar sobre “os clichês gays”. Não, longe de ser um veículo que exclua os demais públicos. No entanto, por que ler uma matéria na DOM ou em qualquer outro veículo voltado para o público gay, que facilmente poderia ser lido numa Veja, Superinteressante, Isto É, Carta Capital…? Concordam ou discordam?

Vamos lá, serei ainda mais específico agora. Os gays querem fugir da visão estereotipada que o mundo tem deles, certo? Queremos mostrar que temos conteúdo, cultura, somos inteligentes, trabalhamos e tudo o mais. Okay, até esse pensamento já virou clichê. Então vamos para a questão da capa, por exemplo, da DOM. Muitos leitores reclamam que não temos um gay assumido na capa. Concordo, uma reclamação completamente relevante.

Agora vamos a uma suposição: digamos que colocaríamos um gay em nossa capa, famoso, baixinho, barrigudo, feio, aparentemente desinteressante. Não haveria na revista homens lindos, modelos gostosos, ensaios quentes. O que vocês achariam? Sejam sinceros, aqui pode! A revista ficaria mais interessante? Concordam ou discordam?

Vamos lá, mais uma questão: ser gay… mas tem que participar? Pergunto isso por conta de uma das famosas reuniões no almoço/café com a redação da DOM, onde discutimos desde o filme visto na Sessão da Tarde (minto, porque nessa hora estamos trabalhando!) até as discussões filosóficas do mundo contemporâneo. Assim como já discutimos se existe ou não moda gay (que o Jorge já até comentou sobre isso no blog da DOM), desta vez nos questionamos, novamente, sobre os clichês do mundo gay.

“Não saio de balada, não aprecio música eletrônica, não sou adepto ao mundo da musculação, não acho legal a Parada Gay, não uso marcas de roupa da moda, não idolatro Madonna… Sou menos gay que os outros gays?”

Entendem onde quero chegar? O problema de nós gays é que muitas vezes colocamos todos os gays num só saco e queremos que sejam tratados da mesma maneira, com os mesmos pré-conceitos. Sim, gays são extremamente preconceituosos e, pior, com eles próprios. É como querer colocar todos os heterossexuais juntos e dizer que são iguais. A única coisa que nos diferencia é o fato da preferência sexual. Concordam ou discordam?

Por que não um hétero que acampe 10 dias antes na fila do show para ver a apresentação da Madonna no Brasil? Ou quem sabe um gay que fique no meio da Gaviões da Fiel e delire com o gol do Corinthians? Por que temos que separar tudo e estereotipar? Ahhh… meu Deus, a palavra que tanto usamos voltou para nós mesmos: estereótipo. Será que os outros nos colocam em estereótipos ou nós mesmos? Concordam ou discordam?

Agora entendem como é mais difícil do que parece fazer uma revista voltada para o público gay? Está muito além de colocar um rosto bonito na capa ou fazer uma matéria polêmica. Escrevemos não para um público e sim para diversos públicos, cada um com suas características, desejos e angústias. Talvez um sub-grupo não se identifique conosco hoje, talvez amanhã nos ame e depois de amanhã nos odeie. Mas acreditem: nós fazemos, ou tentamos fazer, de tudo para entender vocês. Talvez respondendo aos meus diversos “Concordam ou discordam?” deste post seria um bom caminho.

Boa digestão dos meus caracteres.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Amor animal

Tem momentos que nem a razão, nem emoção, nem qualquer sentimento humano conseguem explicar. São momentos unicos e inesquecíveis. Momentos em que figura a coisa mais importe que existe, a única eterna e indiscutível: o amor. Se emocionem com o vídeo abaixo!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

A pergunta

E no meio de centenas de pessoas, de luzes piscantes e músicas ensurdecedoras, eu ouvi a pergunta, aquela pergunta que todos os corações românticos desejam ouvir um dia. A pergunta tantas vezes expressa em novelas, em filmes, em livres. Ouvi a pergunta pela primeira vez na vida, depois de tantas vezes eu te-la pronunciado, muitas vezes em vão. Fiquei assustado. Fiquei feliz. Minhas pernas tremeram, minhas palavras gaguejaram. Olhei nos olhos, surpreso, como se uma explosão de felicidade tivesse se formado dentro de mim. Não precisei nem pensar. "Sim, lógico que eu quero!".

segunda-feira, 14 de julho de 2008

2 anos, muitas lembranças


Parece que foi ontem que eu liguei para Andrea Ciaffone, então editora-chefe da Revista Forbes - que na época eu nem conhecia - e ela me disse que eu poderia estagiar durante 2 semanas na revista e viver um pouco a agitação de uma redação, coisa que até aquele dia eu só conhecia em filmes. Pois é, me lembro como se fosse ontem que eu recebia o convite para integrar a redação fixa da Revista Forbes, após um sucesso com minha primeira matéria escrita. Mas, essa cena ocorreu exatamente 2 anos atrás. naquele dia eu não fazia idéia que começaria minha carreira de jornalista e que hoje eu estaria aqui, trabalhando em duas revistas e usando meu tempo de folga para escrever um post de comemoração desses 2 anos de jornalismo.

Tantas coisas aconteceram neste tempo, tanta coisa eu aprendi, tanta gente eu conheci, tantas responsabilidades tive que enfrentar, tantas dúvidas tive que solucionar. Escrevi matérias sobre coisas que eu jamais tinha ouvido falar. Entrevistei pessoas que tinham 10 mil vezes mais o poder aquisitivo que eu. Visitei lugares que só em sonhos eu conseguia entrar.

Fiz um especial sobre empreendedorismo no Brasil e recebi minha descrição como "nosso jovem e talentoso Paulo Basile nos presenteia com um especial...". Fiz uma entrevista com o o famoso DJ FatBoy Slim e o ouvi falar em inglês "Sério que vou sair na Forbes?". Fiz um especial sobre as mulheres mais importantes do Brasil, o que me permitiu ir a uma festa na Daslu e ficar pulando de sapato do sofá chiquérrimo de lá. Viajei para Campos do Jordão e descobri pautas que jamais pensávamos em encontrar - além de experimentar geléias maravilhosas e super caras. Foram mais de 35 matérias com o "Paulo Basile", que aos poucos se tornava conhecido, assinado embaixo dos textos.

E então a Forbes fechou. Choros, desespero, tristeza. E então veio um convite: "Você quer ser nosso estagiário aqui na Revista Viver Bem?". Foi então que começava mais um desafio completamente diferente do que eu estava acostumado. Troquei o mundo dos empresários da Forbes pelo mundo dos decoradores e arquitetos da Viver Bem. Tive que aprender as diferenças nos acabamentos dos pisos, as peculiaridades dos móveis, as relíquias em tapetes, almofadas, camas, mesas, banho, jantares e tudo o que eu não sabia nem como falar. Descobri as exposições de móveis mais famosas, as de arte mais visitadas, as de decoração mais concorridas.

De repórter na Forbes virei um blogueiro na Viver Bem. Sim, o veículo que eu estava acostumado a contar as particularidades da minha vida, tive que transformar em ferramenta de trabalho. E então uma nova revista entrou na Editora Peixes. "É uma revista gay". Corria o boato nos bastidores. Sim, era uma revista gay, que surgiria no mercado. Com o nome "DOM - De Outro Modo", ela investiria em cultura, saúde, beleza, comportamento e tantas outras editorias, mas sem o uso de nu, até então visto em revistas gays.

Então veio o convite "Você gostaria de ser nosso colaborador?". Aceitei, lógico. Na primeira edição, umas notinhas com meu nome. Na segunda, mais algumas. E então veio mais um convite: "Você gostaria de ser o nosso blogueiro?". E então começaram as publicações, as polêmicas, as discussões, o reconhecimento. E então veio mais um convite: "Você gostaria de escrever uma matéria para a gente?". E foi uma matéria, duas matérias, três matérias. "Você gostaria de ser o responsável pelo nosso site?".
Foi assim, entre convites e reconhecimento do meu trabalho, que fui construindo minha carreira de jornalista. Uma carreira ainda muito recente, mas que já contou nesses dois anos com os ensinamentos de muitas pessoas influentes no mercado, pessoas que me mostraram o lado bom e o lado escuro do jornalismo, pessoas que me ensinaram e aprenderam comigo, pessoas que me trataram como "Paulo Basile, o jornalista", mas que sabem que no fundo eu sou apenas o "Paulinho alegre que faz zonas nas redações".

Que venham muitos mais anos de jornalismo, e muitos mais leitores para acompanharem meu trabalho.

sábado, 12 de julho de 2008

Doce-de-leite

Surpresa mineira
Tu vieste do improvável
Entrada sorrasteira
E tornaste indispensável

Amor com "r" puxado
Saudades sabor doce-de-leite
Calor no reencontro esperado
Me entrego ao todo o seu deleite

Me prometes a sinceridade
De uma promessa a arriscar
Em um salto pela felicidade

Talvez cedo seja se apaixonar
Mas menino mineiro, te digo a verdade
Meu coração não mais quer voltar

domingo, 6 de julho de 2008

Que bafo!


Ontem, antes de sair de casa com o carro, eu estava com pressentimentos. A nova lei seca não saía da minha cabeça. Li diversas matérias, me informei sobre meus direitos, deveres, sobre como é o procedimento. Parecia que eu estava prevendo alguma coisa. E estava.

Santana. Meia noite e meia. Peguei meus amigos de carro, mas não esperava que pegaria mais do que quatro pessoas. Conclusão: 4 pessoas atrás do carro = contra a lei de trânsito. Andávamos pela Bras Leme quando nos deparamos com uma blitz. A única coisa que pensei foi "fodeu!". Eu iria ser pego por conta das quatro pessoas atrás.

Não deu outra. "Pewww, desce do carro agora, rápido, rápido". Pew praticamente se jogou do meu carro, a poucos metros do primeiro policial. Fiquei rezando para que ele não tivesse visto e então: "Encosta o carro!". Fodeu mesmo!

Encostei o carro com meu cu já piscando de medo. Enquanto o Pew passava a pé na calçada como se não nos conhecesse, nós cinco fomos revistados (não é uma revista, é quase uma dedada!), revistaram meu carro, meus documentos. Eu tremia de medo. Não devia nada, mas a situação me deixou em pânico. Então fui fazer o bendito teste do bafômetro.

Não havia bebido nada. Que bom, podem me beijar pessoas, passei, não tenho bafo! 45 minutos depois estávamos saindo de lá. Pegamos Pew um pouco mais a frente e ríamos da situação (o meu riso era de nervoso).

Perto do Estádio do Pacaembu mais uma situação. Um carro de polícia para atrás do meu. Comecei mais uma vez a rezar desesperadamente para ele não perceber que tinha quatro pessoas atrás. Então ele ligou a sirene. Pensei "agora sim fodeu de verdade!". Passou ao lado do meu carro e, para meu alívio, foi reto. Todo mundo rindo e eu quase com diarréia.

Conclusão: passei minha noite, depois desses sufocos, a água e coca-cola. Quando eu pensei que sairia na noite e beberia só coca-cola? Pois é, a lei seca me secou, de bebida e de medo!
Ps: Tá, se você ler isso, não conta para a mamãe ok?! Ela acha que a história do bafômetro foi diferente tá, não contei a verdade para não assustar rs.

sábado, 5 de julho de 2008

Mudanças

Ontem sai com pessoas que estão se tornando muito queridas na minha vida. Amigos de tempos antigos, amigos novos, reencontros, passeios novos. É bom mudar, sentir novos cheiros, dar novas risadas, fazer novas viagens, conhecer novas histórias.

Me fez lembrar de uma frase que minha primeira editora no jornalismo falou e que jamais esquecerei:

"Descobri que o que muda todo o cenário de mudança é o lance da convicção em mudar. Não vale mudar apenas por mudar ou fazer isso de forma inconseqüente, porque isso é apenas experimentar. É preciso orientar as mudanças pela bússula do amor - amor a Deus, a si mesmo, à família, à patria, à arte, às suas idéias, ideais, valores e sentimentos..."


Andrei Ciaffone, sinto saudades de você. Aprendi demais com você dentro do universo do jornalismo, seja na elaboração de textos quanto na personalidade forte que também tinha e contigo ficou mais intensa ainda. Obrigado por tudo, mesmo fazendo anos que não nos falamos.

Explosão

Sou aquele tipo de pessoa que dificilmente leva desaforo para casa. Gosto de resolver os atritos da vida cara-a-cara, olhando nos olhos, muitas vezes sem medir palavras e ser hipócrita. Não, não tenho paciência para ser pacífico e deixar os acontecimentos passarem como se nada tivesse acontecido. Minha mae me alerta que eu deveria levar as coisas menos "a ferro e fogo" como eu levo, e completa dizendo que isso vem com o tempo. Talvez. Até lá continuo com minha personalidade forte. Apenas tenho que aprender a dissociar amizade com ambiente de trabalho. Essa semana pequei por isso. Respondi um "cala a boca" para uma pessoa que trabalha comigo achando que era mais um amigo na vida. Mas não era, o respeito devia estar acima de tudo. Sim, errei. Aprendi. O clima ficou pesado. E desculpas não foram suficientes. Não fui demitido, mas seria uma atitude para tal. Cresci. Explodirei mais baixinho da próxima vez.