terça-feira, 30 de dezembro de 2008

"Você foi feliz?"

Olhe para trás e aceite aquela pergunta-clichê que todos se fazem ao olhar para trás nessa semana do ano: "Foi um ano bom?". Olhe para trás e responda aquele velho bordão que você idealizou durante a virada do ano passado: "Cumpri minhas promessas?". Olhe para atrás: "Parei de fumar?", "Fiz mais exercícios?", "Estudei mais?", "Me empenhei no trabalho?", "Consegui um grande amor?", "Fui mais solidário?", "Fui feliz?".

Olho para trás. "Fui feliz?".

Chego ao final de 2008 com um diploma de jornalista embaixo dos braços, uma carreira que já contabiliza 3 revistas, sendo que em uma delas, pela primeira vez, fui considerado realmente equipe fixa, contratado. A revista que me abriu portas, sorrisos e muitos caminhos. No final do ano, a revista ainda não sabe se vai continuar ou não, e eu não sei se estarei na rua ou à frente dela novamente. Bom, então o tópico trabalho fica para 2009.

Chego até essa última semana tendo um ano maravilhoso dentro de casa, com poucas brigas, muito respeito, muita liberdade e muitas vitórias conquistadas. Meus pais ficaram mais unidos novamente, eu e minha irmã também, eu e meus pais também. Em questa casa di italianos, tute ben! Ponto para 2008.

Ah, o amor. Namorei pouco, beijei muito, conheci muita gente, me apaixonei, me envolvi, sofri, chorei, renasci, corri atrás, conquistei e fui conquistado, trepei, mas amor mesmo não fiz. O grande amor fica também para 2009, mas as experiências de 2008 foram bem válidas. E como foram!

Uma das grandes vitórias desse ano eu conto em três palavras: Driko, Markinhos e Bruna. Pela primeira vez em muitos anos me firmei num grupo forte de amigos, aqueles amigos de ligar de madrugadas, de chorar no ombro, de ter ataque de riso, de visitar casa toda semana, de tomar porre junto, cantar no trânsito, respeitar e ser respeitado e amar e ser amado e querer eternamente e ser querido da mesma forma. Esses três entraram definitivamente na minha vida e fizeram meu coração brilhar muito mais. Lógico, não foram os únicos: muitos amigos conheci em 2008 e sei que permanecerão por muitos e muitos anos, não haveria como citar todos aqui. Mas esses três são especiais. O campo das amizades foi a grande certeza deliciosa de 2008.

Teve a saúde que andou tudo bem. Teve as viagens que me fizeram conhecer Fortaleza e Belo Horizonte. Teve os bens materiais que me premiaram com máquina digital, roupas lindas e meu tão sonhado notebook que aqui vos escrevo a la carrie bradshaw. Teve martini. Teve conversas inesquecíveis em meu carro. Teve festinhas. Teve a maravilhosa presença de Madonna, um dos momentos mais incríveis em toda a minha vida. Teve tanta coisa boa.

"Eu fui feliz?". Fui, e como fui. E desejo a todos vocês, leitores fiéis, que desfrutem apenas de um único objetivo em 2009: sejam felizes! A felicidade norteia nossas vidas e ela pode ser garantida em simples momentos como o primeiro raio de sol batendo na buchecha após uma noite acampada na calçada do Credicard Hall esperando o dia para comprar os ingressos do show de Madonna. São momentos como esse que fizeram meu 2008 inesquecível. Feliz ano novo!

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

A Rainha e eu

Foram 15 anos de espera. Quando ela veio pela primeira vez ao Brasil, eu tinha apenas 6 anos. Desconhia a verdadeira proporção de sua fama, de seu sucesso, de sua trajetória no universo pop. Fui crescendo ouvindo seus hits, fui amadurecendo vendos seus clipes, fui me desenvolvendo aprendendo suas letras. Quando, no meio desde ano, fiquei sabendo que Madonna voltaria ao Brasil, percebi que era a oportunidade da minha vida de estar ao lado de meu ícone da música, de participar do sonho que cultivei durante anos: assistir pessoalmente a um show da diva.

A partir de então foi iniciada toda a saga que aqui neste blog eu narrei: dias e noites na fila para comprar ingressos, ameaças de cambistas, amizades conquistadas, organização de listas, lágrimas mescladas com sorrisos. Foram 3 meses de muita ansiedade com os dois ingressos para shows do dia 18 e 20 de dezembro guardados a 7 chaves. E então os shows chegaram no país. Foram mais 7 dias dormindo na rua, acampando em barraca, usando banheiros públicos, tomando chuva e conhecendo pessoas maravilhosos. Tudo para estar ao lado dela.



Foi difícil, cansativo e sufocante, mas quando entrei correndo pelos corredores do Estádio do Morumbi e coloquei minhas mãos na grade do palco e percebi que dali a algumas horas Madonna estaria a 1 metro de distância de mim, neste momento, percebi que tudo havia sido válido. Mergulhei em lágrimas, em soluços, em um choro que desabafou tudo o que eu havia passado para estar lá. A felicidade e a emoção se misturaram às lágrimas do cansaço. Eu havia conseguido!



O show foi muito mais do que eu poderia ter imaginado. Perfeito, impecável, calculado em qualquer mínimo detalhe. Madonna é jovem, simpática, profissional. Ela apresentava uma luz e uma força que eu jamais havia encontrado em qualquer outra pessoa. Ela me olhava e eu ficava hipnotizado, com lágrimas nos olhos. Ela pedia para cantarmos, e nós cantávamos. Ela pedia para dançarmos, e nós dançávamos. Ela era a rainha da noite e nós seus fiéis súditos.

Dois shows e duas noites que ficarão na minha memória para o resto de minha vida. Ficam agora os amigos que lá fiz, as fotos que tirei e os vídeos que comprovam que Madonna esteve ao meu lado e que meu coração agora já não é mais o mesmo!



































terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Milagres natalinos

Muitas pessoas são verdadeiramente apaixonadas pela época de Natal, pelo colorido das luzes, pela animação da troca de presentes, pela reunião na ceia do dia 25, pelo incomparável espírito natalino. Outras simplesmente acham esta época a mais hipócrita do ano, com pessoas que fingem estarem felizes, fingem gostarem do próximo, fingem se preocuparem com suas famílias, mas logo ao passar da data a sensação de tristeza e desunião retorna. Há ainda aquelas que são diretas e objetivas: é apenas uma época para se celebrar o capitalismo. As mais religiosas vão pregar o verdadeiro espírituo de natal, no nascimento de Cristo e da renovação.

Eu, particularmente, tenho sensações bastante complexas nesta época. Fico completamente sensível (a ponto de chorar em todos os comerciais de fim de ano que passam na televisão), a ponto de olhar para as pessoas passeando pela Avenida Paulista e ter vontade de puxar assunto com todos, a ponto de me emocionar na tradição mais linda de São Paulo: a abertura da gigante árvore de Natal do Parque do Ibirapuera. Do tamanho de um prédio de 27 andares, todos os anos, em uma determinada época, acontece a maravilhosa abertura da árvore, com direito a apresentação de Hebe Camargo, público contagiante e queima de fogos:



Tudo bem, posso concordar com o grupo que fala da hipocrisia, que as pessoas só se unem nesta época, mas, quer saber? Que sejamos hipócritas então! Foi lindo, uma sensação indescritível, estar rodeado de famílias, de casais de namorados, de crianças, de idosos, de novinhos, todos com a mesma sensação, o mesmo espírito, todos gritando e felizes e dando gargalhadas e se abraçando pela simples presença de luzes de natal, pela singela presença de uma árvore de Natal, pela simplória queima de fogos. É preciso tão pouco, mas tão pouco, para as pessoas se inurem. E, no Natal, elas conseguem. E eu acho lindo! Quisera o mundo ser assim todos os outros 11 meses do ano!