segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O último para lembrar (e esquecer)

Foi o ano da minha melhor transa na vida, foi o ano em que descobri a diversão nas séries de televisão "Glee" e "Supernatural", foi o ano que eu viajei num monomotor pelos céus do Recife, foi o ano em que briguei com todos meus melhores amigos, foi o ano em que tive medo de perder minha mãe, foi o ano em que fiquei muito tempo sem usar relógio de pulso, foi o ano em que me apaixonei perdidamente pelo filme "500 dias com ela", foi o ano em que me vi completamente desempregado e falido, foi o ano em que parei de confiar em muitos amigos, foi o ano em que conheci a praia de Copacabana, foi o ano em que pensei em fazer pós-graduação pela primeira vez, foi o ano em que vi meu pai chorar pela terceira ou quarta vez na vida, foi o ano em que eu mudei a posição da minha cama do meu quarto, foi o ano em que fiquei com alguém da mesma empresa que eu, foi o ano em que voltei com um ex namorado, foi o ano em que aprendi a gostar de temperos diferentes, foi o ano em que fui apresentado docemente ao livro "O Pequeno Príncipe", foi o ano em que eu fui assaltado pela primeira vez, foi o ano em que eu descobri que "lança-perfum" é "sucesso" em Pernambuco, foi o ano em que escrevi muita matéria de saúde e fitness, foi o ano em que eu conheci a incrível sensação de me dançar muito na festa Gambiarra, foi o ano em que me aproximei muito da minha irmã por trabalharmos juntos em um projeto, foi o ano em que escrevi minha primeira matéria para a Editora Abril, foi o ano em que lutei contra a balança cada vez mais pesada, foi o ano em que enterrei amores do passado bem fundo na terra, foi o ano em que viciei no Twitter, foi o ano em que entrei no Facebook, foi o ano em que parei de usar lentes de contato, foi o ano em que eu quase fui pra Argentina no meio do ano e agora passarei reveillon lá (será o ano então da minha primeira viagem para fora do país), foi o ano em que percebi que sexo pode ser realmente perigoso, foi o ano em que acabou o melhor emprego que já tive, foi o ano que assisti meu primeiro filme 3D nos cinemas, foi o ano em que aprendi a comer rúculas, foi o ano em que conheci Itanhaem e joguei partidas incríveis de War, foi o ano que joguei Nintendo Wii pela primeira vez, foi o ano em que não amei nenhum homem de verdade. Foi um ano, entre montanhas e vales, foi um ano. Deixo o ano para trás, e levo a sensação gostosas dos bons momentos e o aprendizado dos maus. Foi um ano. 2010, muito prazer, me chamo Paulo Roberto.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

2009 - Família/Amigos

Foi um ano de mudanças nos campos das amizades e das relações familiares. Um ano que entrou de forma compacta e foi se dissolvendo e modificando ao longo dos meses. Algumas mudanças para melhor, outras mudanças mais difíceis, mas, sobretudo, foi um ano em que pontos de vista até então intocáveis começaram a criar mesclas e derrubar pilares.

Na família tivemos alguns momentos difíceis. Em casa, com pai, mãe e eu arianos, o clima nunca é amênuo. Os relacionamentos não poderiam ser também. Tivemos brigas enormes, dos assuntos mais distintos possíveis: desde o porquê de eu sair tanto de noite, de ter uma vida noturna muito agitada, até a troca do chuveiro do meu banheiro, realizada contra minha vontade. Famílias que se amam demais sempre brigam pelos motivos mais esdrúxulos.

Mas, foram nas adversidades do destino que nosso amor se provou sempre real e concreto. Este ano minha mãe precisou se submeter a uma cirurgia de transplante de córnea, e foi um momento muito difícil. A cirurgia era complexa, o pós operatório foi problemático e cheguei a pensar que iria perde-la Sofremos muitos, mas também nos unimos muito, e graças a Deus hoje ela está se recuperando cada vez melhor. Doença é sempre algo que abre o alçapão debaixo de nós, mas basta a família se unir para jogar a corda e salvar a vítima. Isso soubemos (e ainda estamos sabendo) fazer neste ano.

No campo das amizades muitas turbulências aconteceram. Melhores amigos que até então eu colocava minhas mãos no fogo hoje em dia não tenho total confiança. Rodas de amigos inseparáveis tiveram suas raxas. Amizades de anos foram esquecidas. Lágrimas até então guardadas foram derramadas. Caminhos foram separados. Foi um ano de mudança de pontos de vista, um ano em que aprendi a ser mais independente emocionalmente, que aprendi a não confiar tanto, que aprendi a conhecer melhor os amigos.

No entanto, foi também um ano de surgimento de novas e extremamente saudáveis amizades. Novos grupos de amigos, novos vínculos de carinho, de afeto, de confiança, de respeito. Tantas risadas trocadas com novos amigos, tantos momentos inesquecíveis, tantos olhares novos, tantos sentimentos de esperança dessas amizades perdurarem por muito tempo. Um ano de renovação, reconhecimento, ressurgimento.

2010 chega com a sensação de que os amigos que aqui levo é porque realmente me fazem falta e eu os preciso, e os amigos que ficarão em 2009 me fizeram muito felizes, mas já cumpriram suas metas na minha vida.

sábado, 19 de dezembro de 2009

2009 - Relacionamentos amorosos

Eu havia escrito um texto enorme para ser publicado sob este mesmo título, contando minhas experiências amorosas em 2009. Coincidência ou não, por um deslize do meu dedo no teclado no notebook eu acabei fechando-o, sem salvar. Digo coincidência pois foi exatamente isso aconteceu durante todo o meu ano no campo amoroso: sucetivos relacionamento rápidos que eram fechados do nada, por deslizes, erros ou simples coincidências.

O ano começou com uma tentativa frustrada de volta de namoro com um ex namorado que tanto gostei. A ideia de voltar com um ex, de ter uma segunda chance, de ir contra a opinião de todos (que não entendiam a volta) parecia excitante, íamos provar ao mundo que poderíamos nos amar de novo. Não aconteceu isso. Foi tudo mágico, tudo esperançoso, mas durou 2 semanas até que o namoro (pela segunda vez) terminou por "não dar certo". Ex bom é ex morto? Talvez ex bom é ex amigo e só!

A partir de então começou a fase mais solteiro de toda a minha vida. Eu, que sempre fui muito namorador, aprendi a ser solteiro. Beijos vazios em balada, relacionamentos de uma noite só, não pegar número do telefone, ignorar pedidos românticos...tudo o que até então muitos já haviam feito comigo eu segui fielmente a cartilha. Por vingança? Não, jamais, apenas por preguiça de me envolver.

Tive algumas paixonites. Pessoas que conheci e que realmente me interessaram. Teve um que me ensinou a gostar do Pequeno Príncipe. Teve um que era mais velho e tatuado (e todos sabem que odeio tatuagens). Teve um que parecia um gentleman inglês. Teve um que era moderninho ao extremo. Teve um que tinha sotaque caipira. Teve um que trabalhava na mesma empresa que eu. Teve uns.

Porém, todos, sem exceções, duraram seus 10, 15 dias no máximo. Uns sumiram, outros disseram que não queriam mais, outros começaram a desconversar, outros foram explícitos, outros foram covardes. Todos não vingaram. Por que? Não sei até hoje. E nem quero saber, foram momentos agradáveis, mas meu orgulho ferido não me deixa pensar nos "términos".

Teve também um término, talvez um dos mais difíceis, na minha vida amorosa até então. Um grande amor interurbano, que por algumas vezes comentei aqui neste blog, me apunhalou pelas costas. Alguém que eu sempre abri minha casa e meu coração e resolveu pular para a casa do meu melhor amigo e morar no coração dele. Sem aviso prévio, por debaixo dos panos, longe das luzes. Uma traição que me doeu como nunca pensei que poderia doer. Palavras baixas, lembranças desgastadas, fotos rasgadas e lágrimas recolhidas.

Foram dias difíceis para entender que um amor não é para sempre e que sim, ele pode escolher seu melhor amigo depois de um tempo. O rancor demorou a passar. Mas, para conseguir dormir melhor, precisei deixar de lado meu egocentrismo e perdoar. Perdoar o melhor amigo, não o amor. Melhores amigos merecem respeito, amores que fazem isso não.

Agora, meu ano termina da mesma maneira que começou: com esperanças de um ano melhor. A diferença é que há um certo alguém entrando na minha vida, um alguém diferente dos alguéns que costumam entrar nela. E estou feliz com esse alguém, um alguém recente que me faz bem. Os tempos de solteiro me ensinaram a não idealizar as pessoas, a não sofrer demais, a não ser tão possessivo, tão ciumento, tão ansioso, tão eu. E eu aprendi bastante viu, ah, aprendi. Por isso esse alguém eu levo comigo de maneira natural, maneira leve, com gosto de sanduice natural com patê de atum fresco e picles. Um alguém leve. Um ano leve, é isso que desejo para meu coração.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

2009 - Trabalho

O ano começou com muitas dúvidas, muita pressão, muita ansiedade. Eu havia acabado de me formar na faculdade, já era oficialmente um jornalista, e estava desempregado. A Revista DOM, até então onde eu trabalhava, havia fechado suas portas no final de 2008 e estávamos num grande empasse: seguir em diante ou esperar a DOM voltar, de alguma forma, à ativa? Esperamos. Deu certo!

No final de janeiro nos reunimos e soubemos que a revista voltaria numa nova editora, a mesma da G Magazine, que tudo seria um pouco mais complicado (equipe menor, salários menores, mais trabalho), embora todos estivessem felicíssimos ao saber que voltaríamos a trabalhar (e seria na Avenida Paulista, um sonho meu até então). Pautas começaram a ser organizadas, matérias formuladas e antes mesmo de começarmos no novo local, meu diretor me ligou numa quinta-feira e disse "Prepare suas malas, na segunda você viaja para Recife para cobrir um fan tour!".

Tremi nas bases! Foi a primeira viagem que fiz a trabalho sozinho. Embora ansioso, tudo foi extremamente maravilhoso. Me apaixonei pela cidade, pelas pessoas, pelas situações que vivi. Comi em restaurantes chiques, fui a festas como super convidado, conheci estabelecimentos fodidos e ainda tive o privilégio de andar num monomotor nos céus de Recife, uma das sensações que jamais esquecerei. Depois, logicamente, encantado pela semana que passei lá, consegui escrever uma matéria fantástica.


Na volta da viagem, já com nova casa da revista, as coisas começaram a caminhar de uma maneira estranha. Organização interna muito ruim (fiquei 1 mês sem computador próprio), salários atrasados, falta de recursos, mudanças administrativas, incertezas, momentos de revolta contra a diretoria. Cheguei a "fazer a menina do RH chorar" pois eu estava "desequilibrado" por não receber em dia meu salário e fui chamado até de "revolucionário socialista" pelo dono da editora.

Precisamos de pouco tempo para sabermos que este dono era um gay mal-caráter, com muito dinheiro e nenhum respeito para com as pessoas, que era adepto ao trabalho escravo e não dava a mínima para o direito dos trabalhadores. Trabalhávamos muito, ganhávamos pouco, brigávamos muito (por conta do ambiente nada acolhedor), mas mesmo assim continuávamos sendo muito profissionais perante essas dificuldades.

Em maio, em um momento de loucura, tive a feliz oportunidade de fazer um bate-e-volta para o Rio de Janeiro por conta de uma pauta. Eu, minha editora e meu editor fomos de ônibus, ficamos hospedados na casa do figurinista da Rede Globo, bebemos na praia, andamos por vários lugares, nos divertimos, tudo em apenas 2o horas de estadia. O dinheiro da viagem nunca foi reembolsado pela editora, mas foi uma experiência bem gostosa.



Embora desestimulado, tive a oportunidade de acrescer em muito meu porfolio de jornalista. Fiz diversas matérias de viagens, saúde, fitness, comportamento, diversidade sexual, bem-estar, entre outros. Matérias que me deram muito prazer em escreve-las (embora as matérias de viagens eu as fazia pelo google, e não in locu!).

Apenas 5 meses se passaram na DOM na nova editora e o dono dela (o mal-caráter) resolveu fecha-la! Fomos mandados para a rua de um dia para o outro, de uma maneira vergonhosa. Fomos embora sem dar se quer um tchau, de tanto rancor, de tanto raiva, de tanto ódio que estávamos daquele situação. Como recompensa, não chegamos a receber nosso último salário (até hoje!).

E então o desemprego bateu à minha porta. Mandar curriculuns, falar com contatos, e nada. Comecei a fazer freelas mensais para a revista A Capa, do mesmo segmento que a DOM. Foi (e está sendo) interessante pois as pessoas que trabalham lá são queridas e eu gosto muito do que escrevo, embora não consiga pagar minhas contas só com isso. Ainda neste ano, creio eu, sairá também uma matéria minha para a Revista Capricho, minha primeira matéria na Editora Abril, um passo legal na carreira.

Enquanto isso, também cheguei a realizar um freela com minha irmã de pesquisa quantitativa. Descobri que um analista de mercado sofre muito, dorme pouco e fica traumatizado durante o processo, mas tem seus momentos de alforria (e custo-benefício interessante!).

Aqui estou, ainda desempregado, esperando que 2010 dê um up em minha carreira. Planos de cursos de línguas e pós-graduação estão em pauta, assim como cadastros em sites de empregos. Que minhas preces (ou meu curriculuns, no caso) sejam atendidos no ano que vai nascer.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Ao olhar para trás...

Dezembro chega e não há uma só pessoa que não olhe para trás e pense "e como foi esse ano?". Retrospectivas, seja divulgadas, seja apenas formuladas em nossas cabeças quando as deitamos no travesseiro, são fundamentais no processo de auto-avaliação de nossas vidas.

O que erramos? O que acertamos? O que precisamos melhorar? Quem devemos levar para o ano seguinte? Quem devemos deixar de lado depois do dia 31? O que mais dói? O que mais faz falta? O que queremos repetir? Por que tudo o que aconteceu neste ano definitivamente aconteceu?

Muitas são as perguntas que fazemos olhando para os 12 meses anteriores. Muitas perguntas são fáceis de serem respondidas: "ah, preciso cuidar mais da minha saúde, sei que fiquei desleixado esse ano". Outras, nem tanto: "por que não consegui falar eu te amo para aquela pessoa naquele exato momento que precisava falar?".

Mas não acredito que devemos procurar respostas para todas as perguntas. Há perguntas que pelo simples fato de as formularmos já nos basta a nossas cabeças e corações. Ou, muitas vezes, não obtemos respostas pois não realizamos as perguntas certas. "Por que não arranjei um namorado esse ano?". Será que não seria melhor perguntar "Eu quis de verdade namorar neste ano?". Muitas perguntas têm ângulos diferentes a serem observados. Dê um 360 graus nelas e você irá descobrir.

2009 não foi fácil, não foi rápido, não foi um mar de rosas. Mas também não foi o pior tempo de nossas vidas. Foi um ano pesado, talvez, mas que me gerou muitas perguntas. A partir de hoje até o fim do ano tentarei responder algumas perguntas que me apareceram nesses 12 meses de 2009. Algumas delas já sei as respostas; algumas deixarei que o vento um dia as me traga.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Em busca de verdades

Se há uma coisa que um grande jornalista deve saber fazer é contar uma boa história. Uma dádiva descrita por Clóvis Rossi como “uma fascinante batalha pela conquista das mentes e corações de seus alvos: leitores, telespectadores ou ouvintes”. Talvez pelo fato de que meu próprio nascimento tenha sido um emaranhado de inusitadas histórias que me identifiquei com esta arte chamada jornalismo.
Minha história não começa apenas no dia 18 de abril de 1987, um sábado de aleluia na hoje movimentada Rua Frei Caneca, em São Paulo, quando abri os olhos e esbocei meus primeiros sons. Não, a história começa alguns anos antes. João Roberto Basile, engenheiro de uma multinacional de telefonia, casa-se com Marisa Miniaci, secretária executiva formada em magistério, e juntos começam a formar sua família. Logo surge Thais Miniaci Basile, uma linda criança de sorriso fácil.
Mas a felicidade passou por turbulências quando a vontade foi dar um irmão para a pequena Thais. O primeiro baque foi uma gestação de poucos meses ter sido interrompida abruptamente, mas não junto com o sonho de um novo bebê. Porém, o segundo tombo foi ainda maior: Lívia, um lindo bebê que ingetara ânimo para a família Basile, após poucas semanas de vida fechou os olhos sob o leito de um hospital.
A névoa pairou sobre a casa daquela típica família italiana do bairro da Mooca, até que João se pronunciou: “vamos adotar uma criança?”. E então parágrafos se escreveram. A pequena Thais tinha uma colega de escola, que tinha uma mãe, que tinha a empregada doméstica Rosa, que engravidou de um jovem e fora abandonada. Grávida e sozinha, assim que nascesse o filho, ela o daria para quem pudesse dar um futuro melhor à criança.
No dia 19 de abril de 1987, aniversário de Roberto, um belo domingo de Páscoa, ele segurou nas mãos o pequeno Paulo Roberto, cujo nome composto seria a homenagem que Marisa daria pela coragem de incentivar a adoção. Rosa nunca mais apareceria, seu nome apenas ficaria marcado nesta história.
Se não tivesse me aprofundado nestas reviravoltas, eu poderia pensar que meu nascimento fora igual a de milhões de outros ao redor do mundo. Talvez para os outros tenha sido apenas mais um nascimento; para mim, era a minha grande investigação, a minha verdadeira história que precisei encontrar. “Jornalismo é investigação sempre - quer ele resulte na renúncia de um presidente da República ou no fechamento de um buraco de rua que atrapalha o trânsito”, já descreveu brilhantemente Ricardo Noblat.
Talvez eu tenha escolhido levar e ser levado pelo jornalismo pelo fato de ser apaixonado por investigação. Mas não só a pesada investigação política de um Watergate ou o empenho demasiado – e triste fim – de um Tim Lopes pela densa rede do crime organizado no Brasil. É a investigação pela pura verdade, pela história do exato jeito que aconteceu, pela busca dos reais personagens, pelo árduo trabalho de informar sem enformar o público. “Persiga a verdade constantemente, porque essa é a missão do jornalista, que tem de escrever a história a cada dia”, disse certa vez o jornalista Augusto Nunes.
Tão valorizada, a verdade também é extremamente temida. Uma verdade que teve que lutar contra a covarde censura, que teve que sobreviver ao Departamento de Imprensa e Propaganda, que muitas vezes morreu calada nos porões do DOI-Codi. O papel do jornalista é saber dar voz a esta verdade que nunca pode ser apagada, na busca de respostas a perguntas que sempre fazemos.
Antes de prestar vestibular, pedi a uma jornalista que conheci na internet o maior conselho que um futuro jornalista deveria receber. Lembro-me de cada palavra: “Nunca deixe o ego se tornar maior do que a notícia. O ego é só seu; a notícia, de todos!”. Escolhi o jornalismo porque meu ego, minhas notícias, minhas histórias, já as tenho para mim. Já as verdades que ultrapassam os portões de minha casa, estas eu, sob o delicioso papel de jornalista, quero encontrar para os outros, sejam leitores, telespectadores ou ouvintes.

*texto enviado por mim para me candidatar a uma vaga no Curso Abril de Jornalismo. Não passei...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Como perder um homem em 10 dias

- Seja carinhoso demais
- Ligue para dar boa noite
- Mande sms de bom dia
- Deseje ve-lo vários dias da semana
- Esteja sempre disposto a dar atenção a ele
- Deseje um relacionamento mais sério
- Se prive de fazer algumas coisas por respeito a pessoa
- Pare de desejar outros homens
- Deixe explícito toda sua vontade de ficar só com a pessoa
- Faça isso desde o primeiro beijo quando bater aquele arrepio na pele


Pronto, seu homem irá ficar desesperado, vai te achar um psicopata, vai ficar com medo de você e vai te abandonar em no máximo 10 dias!

sábado, 24 de outubro de 2009

Doe milhões, população pobre!

Podem me xingar, mas sou contra essas campanhas televisivas a la "Criança Esperança", "Teleton" e afins. Não que eu seja contra o objetivo das campanhas. Sim, investir no futuro de crianças é fundamental. Mas eu sou contra com a forma de captação de dinheiro, com a exploração da audiência, com a inversão de valores. Explicarei: por que suplicar à população sofrida, que mal tem dinheiro para comprar a comida do mês, para que ela doe milhoões às campanhas, se empresas que custam milhões e milhões e milhões não fazem sua contribuição. Nem mesmo o governo! Me diz, quantas empresas de grande porte precisariam para se conseguir, por exemplo, os 19 milhões de reais sonhados pelo Teleton este ano? Poucas. Agora, me diz: e quantos trabalhadores que ganham seus míseros salários mínimos precisariam para conseguir o mesmo? Entendo onde quero chegar? Sempre cai tudo para cima da população: na hora da desgraça ou na hora da solidariedade, é ela que paga os custos. Sempre!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Gota por gota

Uma vez aprendi com um diretor de cinema que muitas vezes cenas de chuva são usadas para mostrar a mudança de uma história. Então vou te pedir uma coisa: toda vez que você ouvir a chuva cair, lembre do meu beijo selado embaixo da chuva protegidos em meu carro, pense que nossa história também mudou quando nos encontramos naquele sótão silencioso, que por cima das telhas frias, as mesmas gotas de chuva nos molhavam e nos aproximavam!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Caixa de lembranças

Todos têm, em algum lugar de nossas casas, muitas vezes guardado a sete chaves, um cantinho das lembranças. É aquele lugar, aquela caixa, aquele saco, aquela gaveta onde estão memórias de um passado muitas vezes difícil de ser apagado. É uma fotografia daquele momento inesquecível, uma aliança corroida pelo tempo, uma carta amarela que ainda preserva aquele perfume, um presente, um bilhete, um mísero pedaço de lembrança que só de lembrá-lo nos transporta novamente para anos atrás.

E como é difícil jogar fora tudo isso, não é mesmo? Prova disto é a lágrima que escorre ao vasculhar pelo cantinho das lembranças. O sentimento até pode ter passado, o amor, o rancor, o ódio, a saudades, a vontade, o desejo, o sonho; porém a lágrima continua salgada, pesada, triste, fria! E é tão difícil enxugá-la quanto nunca mais fazê-la escorrer.

Eu tenho uma caixa de madeira com meu passado, escondida dentro de meu guarda-roupas. Nela tenho dezenas e mais dezenas de cartas, de amores, de amigos, de família, de admiradores, de pessoas que se perderam no tempo. Nela tenho fotografias, com sorrisos completos, com olhares perfeitos, com simetria e nostalgia. Nela tenho duas alianças que vez ou outra ainda as coloco no dedo, apenas para sentir novamente o tintilar do ferro do meu dedo. Nela tenho bilhetes de viagens, flyers de restaurantes, tickets de peças de teatro e de cinema, mapas de roteiros, guardanapos desenhados, cartões-postais com dedicatórias.

Nesta caixa tenho anos e mais anos de uma vida muito feliz, uma vida apaixonada, um vida de aventuras, de amigos, de amores, de sentimentos, de sensações, de crises de riso e de choro, de beijos e abraços esquecidos, de silêncios imortais e conversas infinitas. Esta caixa, esses poucos centímetros quadrados revestidos de madeira macia, contém algo que hoje me faz ser esta pessoa forte que sou: minha evolução.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Aquele sentimento

Eu sinto falta de amar, daqueles momentos bestas de quando se ama, como o frio na barriga quando o telefone toca ou aquele papel de bombom guardado na agenda para lembrar do dia em ele foi dado por comemorar, sei la, duas semanas de namoro. Quando foi a última vez que eu escrevi uma carta contando que eu amava a pessoa e, mesmo ela já sabendo do meu amor, passava meu perfume na carta para ela sempre lembrar de mim?

Quando a gente ama, uma das fases mais deliciosas de nossa vida volta à tona: a infância. Nos sujamos com mostarda no Mc Donalds e temos ataques de risos em um jantarzinho rápido numa quarta-feira chuvosa só para matar as saudades. Nos colocamos apelidos bobos, mas se tornam as palavras mais deliciosas de serem ditas. Brincamos de fazer cócegas, vamos assistir comédia no cinema, nos jogamos água na piscina, fritamos rosquinhas durante uma madrugada que os pais viajaram e a casa ficou vazia.

Até os clichês pseudo românticos se tornam necessários, como o "ligar toda noite para dar boa noite", ou "lembrar do dia do primeiro beijo, da primeira transa, do primeiro mês, de onde foi pedido o namoro, onde foi comemorado o aniversário de namoro, qual o primeiro presente". Tem aquele momento marcante da primeira vez que é dito "eu te amo". Nossa, esse momento é fantástico, nenhum dinheiro do mundo conseguiria comprá-lo.

O amor não se incomoda com a pancinha de chopp, com o ronco, com a dualidade de um comer só maionese e o outro ser tarado por ketchup, com a espinha no nariz, com o cigarro fumado. Pode se incomodar com aquele amigo que quer leva-lo sempre para a balada, ou aquele ex chato que insiste em reaparecer, ou até mesmo aquela foto sem camisa que ele colocou no orkut e um monte de gente comentou. Mas o amor vence, e transforma a dificuldade em risada.

Se tudo isso não acontece, não é amor, não são as 3 palavrinhas reais. É paixão, é comodismo, é vunerabilidade, é euforia. Amor é calmo, amor completa, amor começa, amor compartilha.

É...amor...sinto saudades de ter você na minha vida!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Eu queria...

Independente de religião, todos têm a sua fé. Uns de forma mais ortodoxa, mais institucional; outros mais subjetiva, menos religiosa, mais filosófica. Mas fé, todos temos. E, como toda pessoa de fé, na hora das dificuldades costumados pedir ajuda ao além. Seja Deus, Alá, Destino, Satã, Inry Cristy ou o que for, mas que nós pedimos, ah, nós pedimos.

Eu mesmo, tenho minha fé. Não me considero religioso, pois atualmente não sigo nenhuma religião, mas ao deitar a cabeça no travesseiro agradeço a Deus pelo dia que passou e sempre peço algo. Seja amor, seja paz, seja saúde, seja a melhor de um parente, seja que o namoro dê certo, seja que me contratem em tal empresa, seja uma nota na escola, seja. É normal pedirmos "aos céus" que uma graça seja concendida. Afinal, teoricamente, é de graça e não custa nada a ninguém (okey, ficam de fora os seguidores fanáticos religiosos e a postura do dízimo, mas enfim). Porém, ontem, ao ouvir uma frase, comecei a repensar esses "pedidos".

Não vem ao caso o filme (pois é uma comédia boba e perderia o sentido real deste texto), mas um personagem começa a explicar como é a resposta de Deus perante a esses pedidos. Quem nunca pediu para ser mais paciente? Eu mesmo já, inúmeras vezes. Porém, ao retratar esse pedido, o personagem trouxe uma teoria interessante. "Deus não vai te dar paciência quando você pedir paciência. Deus irá te dar uma oportunidade, um momento, uma situaçãp específica e VOCÊ poderá exercitar ou não essa paciência". O mesmo para a coragem, o mesmo para a sabedoria, o mesmo para o amor, o mesmo para a saúde.

Entre outras palavras: Deus (ou qualquer força que você acredita ao pedir com os olhos fechados, mãos dadas e afins) não te dá o dom de mão beijada, ele apenas te empresta o manual de instruções para que você consiga "montar seu dom".

Achei interessante essa teoria e, olhando para nosso cotidiano, ela realmente é bastante fundamentada. Não precisamos de dons, de presentes celestiais, de felicidade instantânea e gratuita. Precisamos de oportunidades, oportunidades para lutarmos e vencermos e chegarmos no resultado esperado, seja ele o dom que for. Sabe aquele clichê "o que você pode oferecer à nossa empresa se for contratado?"? Então, a vida é assim. Vivemos em constantes entrevistas de emprego, basta sabermos ler direitinho os manuais de instruções.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Em alguma esquina

se por acaso
a gente se cruzasse
ia ser um caso sério
você ia rir até amanhecer
eu ia ir até acontecer
de dia um improviso
de noite uma farra
a gente ia viver
com garra

eu ia tirar de ouvido
todos os sentidos
ia ser tão divertido
tocar um solo em dueto

ia ser um riso
ia ser um gozo
ia ser todo dia
a mesma folia
até deixar de ser poesia
e virar tédio
e nem o meu melhor vestido
era remédio

daí vá ficando por aí
eu vou ficando por aqui
evitando
desviando
sempre pensando
se por acaso
a gente se cruzasse...

(Se - Alice Ruiz)

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Segunda-feia

Dia chuvoso, de pijama e edredon, de gotas de chuva e colheradas de Chambinho, de nostalgia no msn e decepções ao telefone, de conta corrente negativa e roupas empilhadas, de suspiros pela noite anterior e desgosto pela noite seguinte. Segunda-feira-feia.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Aparências

Tentamos sempre impressionar os outros na fantástica dança do acasalamento entre humanos, nem que, para isso, tenhamos que mascarar algumas verdades. Se somos muito ciumentos, no começo dizemos apenas que gostamos de cuidar dos outros. Se somos muito carentes e possessivos, inventamos que temos medo da solidão e não podemos ficar sozinho. Se somos míopes, falamos que enxergamos apenas embassado. Se somos gordos, dizemos que apenas comemos uns chocolatinhos a mais. Se somos baixos, lembramos do clichês dos frascos pequenos e perfumes deliciosos. Se somos egocêntricos, usamos o "se eu não me amar, quem vai fazer isso?". Se somos mão de vaca culpamos a crise. Se somos mão aberta, enaltecemos nosso senso de solidariedade. Eufemismos. No fundo, todos somos tristes, tristes em termos que provar 24 horas por dia o quão felizes nós somos.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Cinco patas

Passional, animal racional
Afinal,
por que te faz tão mal
não ser apenas mental?

Ah animal, coração fraco
É fato,
quanto é que te dói
desilusão, não, corrói!

Simples foste...foste
ontem? hoje! hoje...
simples forte
simplesmente
morte, cadê?
e meu norte?

Queima chama,
insana, clama
por resposta irredutível
reduta,
conduta,
discutível!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Com que roupa?

Me diz, me diz, me diz
ponho pijama ou uma calça jeans?
numa noite chuvosa e densa
intensa, tensa? me diz!

Pijama me aprisiona na cama
mas me liberta na vasta coberta
a calça me alça para fora
me diz, você quer ir embora?

Calça descalça e desarma
mas teu sorriso mais ameaça
brilho intenso-sincero
com hífen em tom de protesto

Você me diz que é todo pijama
e eu digo de minha barraca na calçada
você me diz de concerto letra insana
e eu te digo: me diz? me ama!

sábado, 29 de agosto de 2009

Estrelas

- As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu, porém, terás estrelas como ninguém...
- Que queres dizer?
- Quando olhares o céu de noite, porque habitarei uma delas, porque numa delas estarei rindo, então será como se todas as estrelas te rissem. E tu terás estrelas que sabem rir.
E ele riu mais uma vez.
- E quando te houveres consolado (a gente sempre se consola), tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo. Terás vontade de rir comigo. E abrirás às vezes a janela à toa, por gosto... E teus amigos ficarão encantados de ouvir-te rir, olhando o céu. Tu explicarás então: "Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!" E eles te julgarão maluco. Será uma peça que te prego...

(Antoine de Saint-Exupéry - O Pequeno Príncipe)

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Ps:

Sabe aquele formigamento nas mãos, aquele arrepiou, aquele brilho no olhos ao ler a palavra "relação"? É, eu soube.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Não conte para ninguém!

Vivemos em uma mundo onde as barreiras da privacidade e da intimidade são facilmente quebradas. Com simples cliques e ingênuas pesquisas em um Google qualquer conseguimos encontrar as mais complexas características de qualquer pessoa. Nossa vida está em uma rede repleta de olhos, ouvidos e muitas línguas afiadas. Ser um anônimo já é uma tarefa bastante difícil para aqueles que jamais gostariam de estar no foco da luz. Neste mundo, talvez, nossos maiores tesouros são simplesmentes nossos míseros segredos.

Quem, afinal, não tem um segredo, aquele puro segredo guardado a sete chaves dentro da própria cabeça? E não digo um segredo de Estado, algo grande e complicado. Não, falo dos segredos pueris, dos segredos inocentes, dos segredos envergonhados. Falo daquele beijo que ninguém pode saber que você deu, daquele cigarro fumado nas sombras de uma árvore, naquele pum soltado em silêncio. Falo dos pensamentos que vasculham cada neurônio de sua cabeça quando você a deita sobre o travesseiro, do amor platônico que ninguém nunca soube, do desejo pelo outro que nunca será seu.

Segredos são as únicas armas que apenas você pode usar. Segredos constróem e distróem, segredos são perigosos pelo simples fato de serem seu segredos, e só seus. E são eles que fazem da tua vida tão especial, são momentos, são pensamentos, são ideais, são imagens, que a partir do momento que deixam de ser só seus não são mais de ninguém.

A magia de um segredo acaba quando este encontro outro olhar, não o seu que por anos, ou segundo, viveu calado com eles, mas o olhar de alguém que irá julgá-lo, que irá analisá-lo, que irá desegregá-lo. Segredos são únicos.

Eu tenho os meus e os cultivo com muito carinho. Quando me deixam de ser úteis eu os entrego sem olhar para trás. O brilho do segredo acaba quando o vento o leva. Pois o vento nunca o trás de volta.

domingo, 2 de agosto de 2009

Feliz do quê?

Qual sua motivação de vida? O que realmente te deixa feliz? Para ser simplesmente feliz, basta o que? Um emprego com um salário legal? Um namoro bonito, carinhoso e inteligente? Amigos maravilhosos que tem seguem para qualquer lugar? Um computador rápido, um celular ultra-moderno, uma calça super fashion? Ou quem sabe uma nuvem engraçada no céu? Pegar um pedacinho de gelo que caiu em uma tempestade? Ou aquele cheiro de dama-da-noite que lembra tua infância? Um sorriso desejado? Um email? Um filme gostoso, bobo e doce? Um doce de lamber os dedos? Mãos dadas? Um elogio? Uma crítica bem elaborada? Cheiro de livro? Uma promoção? Um pedido de desculpas? Sol e chuva, casamento de viúva? Sessão da tarde? Nuggets? Molhinhos? Fanta uva? Uma ligação inesperada? Um "lembrei de você?"O que é ser feliz para você? Pra mim? Acredite, uma grande torta com tudo isso misturado, dispensando a calça super fashion seria uma boa pedida para uma madrugada de sábado silencioso.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Ócio-improdutivo

Não consigo não trabalhar. E não digo isto apenas pela questão financeira. Dinheiro é fundamental, mas saúde mental vem antes de qualquer coisa. Também não digo que sou workaholic (quantas foram às vezes que suspirei "ahh se eu fosse rico eu não trabalharia"), mas ficar no ócio-improdutivo não é nada saudável. Estou sempre trabalhar faz o quê, quatro semanas? E qual é meu estado? Instável! Não suporto não ter o que escrever, não ter que entrevistar alguém, não ter que apurar um tema, não ter que sair nas ruas com o gravadorzinho ou ficar ansioso esperando o telefone da fonte. Não suporto acordar tarde por não precisar acordar cedo. É gratuito isso. O legal é acordar cedo resmugando que queria dormir até tarde, mas no fundo pensar "que delícia que estou indo para um trabalho que sinto tesão em trabalhar". Há três anos eu entrava no meu primeiro emprego no mundo jornalístico, na extinta revista Forbes Brasil. E então veio Viver Bem. E então veio DOM - De Outro Modo. Agora, preciso arranjar outro modo, não o que eu então vivia, para continuar a viver. Procurar emprego é chato? Nossa, um pé na sacola plástica. Suplicar ajudar para as fontes é chato? Chato e incômodo. Mas não posso, nem quero ficar parado. Se eu assistir a mais um filme de bruxinhas engraçadas na Sessão da Tarde juro que vou enloquecer. Antes fosse enlouquecer de tanto trabalho. Oi, alguém está precisando de um repórter com boa experiência?

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Desmascara a cara

Will:
*****

Te desejo menos inveja da felicidade alheia, mais vida real, um amor de verdade, amigos com que não seja violento por despeito, amigos e não conhecidos, mais pessoas que se aproximem de você não por interesse, mas que realmente gostem de ti, que briguem contigo porque se preocupam e se importam e querem seu melhor, e não aqueles que falam mal de você quando vira as costas - viva a bubu - enfim, tudo aquilo que você não tem na sua vida, ou que consegue cagar com seu gênio de merda. Seja menos mimado e mais feliz! Viva!

"Abraços"



Eu adoro quando as pessoas mostram sua verdadeira cara, quando as máscaras caem, quando anos de sentimento se mostram em vão, quando a infantilidade, a falta de respeito e pobreza de espírito se mostram ao mundo. É bom para se afastar e ficar mais leve!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Faca

A dor mais perfurante que existe, sem dúvida, é a facada de um amigo pelas costas. Mas a dor não é pela simples faca, mas pelo veneno que ela provoca no organismo, o veneno da desconfiança, o veneno da desilusão, o veneno da decepção. A faca consegue ser descravada, mas a ferida dói, sangra, arde, maltrata e dificilmente fecha. A ferida consegue apagar aquele fogo pelo qual suas mãos poderiam ser postas pela pessoa, consegue tirar o sorriso sincero só de pensar em teu nome, consegue derramar lágrimas, pela primeira vez no relacionamento, de tristeza. Apunhalar um amigo, mesmo sem toda convicção, é plantar uma semente de uma planta podre, cruel, fedida.

sábado, 11 de julho de 2009

Parênteses

(a sensação de conhecer alguém cujas risadas e caretas te fazem incrivelmente bem é gostosa demais)

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Arquivo morto


Todos nós temos arquivos mortos. Arquivos que já foram armazenadas nas gavetas do passado, com dados, com fotos, com lembranças, com sentimentos. Arquivos que estão lá, intactos. Mortos pelo passar do tempo, mas tão vivos como se fossem no presente. As lembranças mataram esses arquivos, mas o cheiro deles, o brilho, o olhar, o sorriso, ah, o sorriso, esses arquivos ainda pulsam de vez em quando. De tempos em tempos nós abrimos as gavetas, vamos ao fundo dos arquivos, resolvemos investigar o passado tal qual um investigador que procura provas para incriminar um homicida que nunca foi acusado. Fechamos os olhos, abrimos a lupa e visualizamos cada letra, cada número, cada pedacinho milimetricamente calculado desse arquivo. E por mais morto que esteja, ele ainda pode ser cruel. É aquele último abraço que nunca foi dado, é aquela mensagem engolida com lágrimas salgadas, é aquele perdão que foi doloroso de ser dado. É aquela ligação que desconstruiu todo o sonho, é aquela fuga do cinema em silencio, é aquela mão que encolheu e não mais pegou na minha mão. É aquela mentira contada, é aquele sumiço desentendido, é aquela mudança de olhar. Arquivos mortos, quem não os tem? Que não os teme? Quem ainda acha que não estão mortos? Quem ainda não consegue entender que adora são apenas, e não há como mudar, simples arquivos? E por mais que estejam mortos, às vezes eles voltam, com uma nova roupagem, com uma nova lembrança velha esquecida, com um novo formato, numa segunda pós domingo pós sábado pós sexta-feira qualquer. E se vão. Sempre se vão. Mortos, arquivos, mas não esquecidos. Apenas armazenados numa gaveta escura e empoeirada, que de vez em quando necessita de uma limpeza. E você, quando foi a última vez que limpou seus arquivos?

sexta-feira, 3 de julho de 2009

A rainha vindo para casa

Ainda bate um arrepio sempre que ouço, sempre que vejo, sempre que fecho os olhos e me lembro, o vento no meu rosto, minhas mãos agarradas na grade, o eco da multidão atrás de mim, e quanto abro os olhos, ela me olhando, ela sorrindo, ela me encantando e encantando mais 70 mil pessoas ao meu lado. Com certeza será um dos DVDs mais incríveis que um dia comprarei.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Meia dúzia


O semestre acabou. Semestre ruim, cinza, pesado. Semestre triste, descontente, desconfiado. Semestre que começou nas areias com oferendas para Iemanjá na primeira vila fundada no Brasil. Semestre que conheceu os ares ensolarados de Recife, a arquitetura alegre de Olinda, as paisagens alucinantes do Rio de Janeiro. Semestre que reencontrou as ruas desenhadas a dedo de Curitiba, semestre apresentado ao litoral singelo do Paraná. Semestre que teve inejção no bumbum, exames de sangue, espinhas afloradas. Semestre que teve beijos roubados, sentimentos partidos, amores reencontrados. Semestre montanha-russa no jornalismo, de péssimos profissionais e diploma caindo. Semestre que começou sem trabalho e termina sem trabalho. Semestre que começou sem relacionamentos e termina sem relacionamentos. Semestre que começou com grandes amigos e termina com grandes amigos, alguns distantes, mas ainda grandes. Semestre que começa com promessas, decisões e procuras. Semestre que acaba com dúvidas, desilusões e incertezas. Semestre que termina com expectativas de gripe suína. Semestre que começa com dor na cabeça, olhos e coração. Semestre que termina com o cancelamento de uma viagem querida. Semestre que começa com planos de viagens futuras. Semestre que termina com o começo de um semestre que ainda vai terminar, mas também deixará sua marca.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Dor sem dor

Eco distante
ensurdece o peito
me tira o respeito
enlouquece o segundo

Barulho calmante
encaminha o efeito
curva o direito
Esquerdo triunfante

Negação dissimulada
contrária ao desejo
partida amargurada

Relação abandonada
abandono sem cortejo
último beijo e mais nada

domingo, 21 de junho de 2009

Respostas frias de dezembro

Temos medo de nos apaixonarmos. Sabe aquele medo do nada que, no fundo, sabemos que temos medo pois este nada na realidade é tudo. Medo de perdemos a razão, os sentidos, os eixos. E então vem a saudade, fria, triste, solitária e impiedosa. Saudades. Do tempo que passou, mesmo sem passar. Das coisas que perdemos, mesmo elas estão lá, na cabeceira da cama. Os dias frios de sol inquieto me deixam com saudades. Não saudades desses mesmos dias, mas saudades e ponto. Saudades sem explicação. A saudades dos amigos que se vão. E eles se vão, não adianta negar. Saudades dos amores que se vão. Um dia, dói, mas eles se vão. A saudades do próprio ato de sentir saudades. Saudades? Ruim? Saudades. E no escuro, no silêncio respeitoso pelo falar daqueles que estão lá para falar, eu toco minha mão suada na sua perna. Eu te olho, sem você perceber. Eu desejo, eu sonho, eu já sinto saudades. Saudades pois sei que logo tua perna, que agora eu toco, agora já se foi. A noite chegou, o frio baixa, e o último abraço é dado. Mas nossos encontros são incríveis e inesquecíveis como os grandes clássicos do cinema: entre olhares, risadas e bochechas coradas, e terminam com um beijo ingênuo. Saudades. Nostalgia me incomoda e me conforta. Fazia tempo que eu não tocava um joelho, que eu não corava minhas bochechas, que eu não tinha medo de abrir a boca e não calcular cada letra de cada palavra de cada frase de cada conversa. Antes, fluía naturalmente. Agora, me escorrem gotas de medo de que alguma dessas sílabas denunciem o que meus olhos já explicitam. Saudades.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Cidade-luz-minha

Um dia conhecerei Paris. Sim, isso tenho certeza. Não sei quando, não sei como, nem se com alguém. Nem sei se pisarei nas terras francesas sem falar sequer uma palavra da língua romântica. Mas eu sei que conhecerei Paris. Não só sei que conhecerei, mas sei que terei um lindíssimo caso de amor com Paris. Nos abraçaremos nas ruas, dividiremos mesas nos cafés, nos enrolaremos nos cachecóis, nos emocionaremos com as vistas, com o gostos, os cheiros, os olhares. Paris será um grande amor, uma grande história, Paris será meu divisor de águas, meu conquistador. Se há um sentimento que eu ainda preciso viver nesta vida, entre tanto outros que tenho em mente, está este: me apaixonar por Paris. Eu irei, eu sei, está escrito, eu escrevi.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Castelos e príncipes

"Eu dava um cavalo branco para aquele príncipe, eu dava um castelo, eu dava uma bruxa e um dragão para ele matar, eu dava tudo isso e mais as quele pedisse, mas ele não queria, eu acho que ele não queria... eu acho. E eu não tive tempo de dizer que? quando a gente precisa muito que alguém fique com a gente, a gente constrói qualquer coisa: até um castelo" (Caio Fernando de Abreu)

Sentimento doado por Renato Vicente, o Pequeno Princípe, meu príncipe afável dos cabelos de ouro, ouro que me lembro quando lembro dos campos de trigo que talvez eu nunca tenha visto, mas já sentido, talvez, numa mesa de bar, entre cervejas e cigarros, entre olhares escondidos e sorrisos avergonhados e questionamentos e filosofias e eu e ele.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

O peixe e a vara


O peixe, de vítima como é visto pelos vitimadores, de nada vítima é na realidade. O peixe traça a isca, devidamente presa pelo pescador, enganado pela presa tão facilmente presa naquele anzol. O anzol se mascara, se ilude, iludindo o pobre peixe que na frente só vê a isca. O pescador sente o peso da vítima, vitimada objetivamente por ele, e então resolve puxar com toda a força qe possui dentro de sua vontade. O peixe vai sendo içado, com a iça, com o anzol, pela vara. Pobre do peixe que foi enganado. Pobre do pescador que acredita enganar. Mas o peixe, ensandecido pela ira de ter sido enganado, de ter saido içado pela isca camuflada, sabe de sua força, sabe que também a vontade em seu objetivo. O peixe sabe que se fizer força, pode arrancar a isca, o anzol, a bóia, a linha. Sobrará a vara e o pescador vitimador que engana-se ao acreditar que enganou o peixe. Está na boca, na garganta, nas entranhas, a vontade, a sabedoria de saber que tens o poder. Ambos o tem. Ambos necessitam trabalha-lo. A força de içá-lo antes que a isca seja içada junto com o resto. A vara pode estourar ou o peixe pode morrer. Talvez. Vara de um lado, peixe do outro. No centro, o caminho, a decisão, o destino.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Os dois patos

Eu não emagreço tão mais fácil quanto emagrecia anos atrás.
Por outro lado, eu entendo os olhares e as intenções das pessoas cada vez mais.
Não tenho mais aquele romantismo desenfreado que eu tinha na adolescência.
Mas também agora sei selecionar muito melhor meus relacionamentos amorosos.
Não sou tão mais impulsivo como sempre costumei a ser.
Porém não deixo de acreditar nos finais felizes surgidos do acaso.
Não sou mais estudante.
Mas também agora tenho uma carreira profissional a zelar.
Não sou mais dependente.
Porém cada vez mais dependo do salário para pagar as contas que surgiram.
Não tenho mais volume gigantesco de cabelo.
No entanto as pessoas estão mais interessadas no meu falar do que nos meus cachos.
Não tenho mais ciumes.
Aprendi a ser mais seguro.
Continuo com uma família que ama absurdamente.
Mesmo assim já penso em sair de casa.
Não tenho os mesmos amigos de cinco anos atrás.
Mas tenho amigos que estarão comigo nos próximos cinco.
Não sonho mais tão alto.
Porém realizado mais sonhos baixos.

Amanhã sem concretizam 22 anos de ariano que vivi nesta Terra. Cresci e continuo crescendo. Que bom. Que bom.

domingo, 29 de março de 2009

Confissões filosóficas

- quem és?
- por enqto me conte o que é bom em vc!

Paulinho: quem sou? pergunta complicada. Sou teimoso, sou exagerado como todo bom ariano, sou romântico, sou completamrente mão aberta, sou amante da tecnologia, da cerveja em boteco, de sair pra dançar, de dirigir o carro do meu pai ouvindo música, sou preocupado com meu peso e nunca faço nada pra muda-lo, sou impaciente, sou ansioso, impulsivo ate demais, sou comilão ao extremo, sou alguem q gosta de comandar, sou competitivo, sou crianção, sou meio ciumento, sou meio solitário
meio ninfomaniaco
meio irritante
sou alguém q foi assaltado pela primeira vez na vida sábado passado
sou reporter de uma revista gay
sou adotado
esse sou eu

- é dificil amar quem tem asas...

Paulinho: pelo contrario
quem tem asas ama mais
voa mais, se entrega mais
vai a lugares difíceis de serem encontrados
a lugares altos, azuis, com nuvens

- Me diz um sonho teu.

Sonhos? Não tenho sonhos grandiosos, sou meio clichê quanto a sonhos.
Sonho em ter uma relacionamento sério e morar com a pessoa num apartamento alto, com uma sacada com uma bela vista, sonho em conhecer Paris, em falar várias línguas, sonho um dia em ter coragem e vergonha na cara de emagrecer, sonho em ter uma girafa de verdade em um sítio e abraçar seu pescoço, sonho em fazer um mochilão pela america latina..ixi, tantos sonhos de ariano.

- eu tenho te esperado ha tanto tanto, tanto tempo.

quinta-feira, 26 de março de 2009

A injustiça anda de bicicleta

Eram 10 horas da noite. Eu acabara de desembarcar na estação Consolação do metrô. A noite estava calma, silenciosa, um vazio estranho e desconcertante. Girei a catraca e me dirigi à escada rolante. Meu amigo me ligou avisando que iria atrasar uns 40 minutos. Achei melhor dar uma volta pela Paulista, a avenida que sempre me acolhera em tantos momentos de minha vida. A Avenida em que eu me sentia em casa, respeitado, me sentia confortável. Desembarquei na paulista. O semáforo da Rua Augusta estava fechado. Esperei. "Meus amigos podem estar no bar da loca, acho que vou ligar para esperar meu outro amigo com eles". Foi o que pensei. Atravessei o cruzamento e disquei para um amigo. Ele atendeu. Era sempre bom ouvi-lo com muito burburinho de fundo. "Ele está no bar então, certeza!". Fui caminhando pela calçada da Avenida Paulista. À frente do Banco Safra veio o susto, o momento pelo qual até então eu não havia passado, um medo que não me dava medo pelo soberba de acreditar que jamais aconteceria comigo. Eu avistei a bicicleta vindo rapidamente em minha direção. Um menino negro, mal-encarado, vestido num blusão bastante popular vermelho, olhos fumegantes. Em frações de segundo, desviando das outras pessoas que passeavam pela calçadas, ele chegou ao meu lado. Tudo foi muito rápido. Como uma flecha, ele arrancou o telefone de minhas mãos. Em minha cabeça soava a última palavra dita por meu amigo, a última palavra indo embora nas mãos daqueçe marginal, que rapidamente se dirigiu à esquina e virou na Rua Augusta. Assustado, desnorteado, tomado por uma paralisia momentânea apenas consegui olhar para trás e ver a bicicleta indo embora do alcance de minha vista, rápida, cruel, ríspida. Os olhos me olharam por uma última vez, opressores, ameaçadores. Me diziam "não grite, não venha atrás de mim, deixe-me ir e você ficará ileso". Foi o que fiz. Tremi. Peito apertado. Mãos suando. Eu havia sido assaltado pela primeira vez. Meu celular, velho companheiro de tantas conversas, havia me deixado, partido, roubado. Eu estava impotente, injustiçado, ridicularizado. Era meu primeiro assalto e eu queria apenas chorar.

domingo, 15 de março de 2009

Porta aberta



A privacidade é um dos direitos do ser humano, o direito de fazer algo privado, algo só seu, algo que ninguém esteja olhando, observando, algo secreto, algo natural, errado ou não, que só dirá respeito a uma única pessoa: você. Para isso, criaram-se códigos de privacidade, como portas, cortinas, senhas, cartões, vidros filmados, e tantas outras barreiras do mundo público para com o mundo privado.

No entanto, agora vivemos em uma nova era, uma era internética onde a privacidade não é mais um direito, apenas um adicional que, muitas vezes, nem é assim tão utilizado. Temos uma senha para entrar no Orkut, uma senha privada, porém lá expomos nossa vida para toda a rede. Temos uma senha para o Twitter, porém contamos na página até quando vamos fazer cocô. Temos uma senha para um Fotolog, mas lá publicamos as fotos mais sórdidas dos momentos mais sórdidos. Criamos as portas, mas literalmente cagamos com ela aberta.

Afinal, somos privados para sermos públicos?

segunda-feira, 9 de março de 2009

Faltam 40 dias...

...para meu tão esperado aniversário de 22 anos (tão esperado quanto foi o de 21, o de 20, 19...) e, enquanto isso, me delicio com meu inferno astral que acaba de começar!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Duas portas

Duas portas
Grande distância
Enorme instância
De algumas respostas

Perigosa relação
Olhares cruzados
Beijos trocados
Delicada descrição

Quero-te por inteiro
Não apenas no silêncio
Mas ao som inteiro

Desejo-te abertamente
Sem me esconder ou te esconder
Para nossa felicidade, eminente!

sábado, 28 de fevereiro de 2009

"Hey galera, hey moçada, carnaval começa, no galo da madrugada"

O Oscar passou e eu, depois de uma longa série de posts sobre os concorrentes à estatueta dourada neste blog, me dignei a escrever algo sobre a premiação. Sim, foi incrível ver o banho de Slumdog Millionaire, o discurso de Kate Winslet, as palavras de Sean Penn, a desenvoltura exepcional de Hugh Jackman e tantos outros destaques da 81ª cerimônia do Oscar. No entanto, mais do que minha paixão pelo cinema, nessa últimas semanas eu ganhei uma nova paixão, brasileiríssima, colorida e tão surreal como os filmes na telona: o Carnaval.

Tive a oportunidade de viajar a trabalho ao Recife e Olinda na semana passada. Fiquei, ao todo, 6 dias nas cidades pernambucanas, com direito a pegar o início das comemorações de Carnaval. Diferente do que se vê em São Paulo e Rio de Janeiro, com basicamente a folia restrita aos sambódromos, nas duas cidades que visite toda a população em qualquer esquina, qualquer rua, qualquer avenida, inspira de pulmões abertos a festa popular.

É lindo saber que há pessoas que passam meses e mais meses bolando suas próprias fantasias para desfilarem pelas ruas a alegria carnavalesca. É lindo você se surpreender quando, de uma hora para a outra, um bloco de Carnaval passa na sua frente na rua. É lindo ver serpentinas nos fios, máscaras nos postes, sorrisos nas faces e uma alegria que apenas os brasileiros sabem fazer.

Foi interessantíssimo conhecer o Galo da Madrugada, o maior bloco carnavalesco do mundo. Um tsunami de pessoas, de marchinhas, de fantasias. Um massa feliz, dançante e que, por alguns momentos, consegue esquecer a vida difícil no calorente nordeste. Talvez essa seja a real magia do Carnaval: a época onde os sonhos, nossos sonhos, os sonhos brasileiros (diferente do global Natal) podem acontecer.

Me apaixonei por Recife, por Olinda e pela sensação proporcionada pelo Carnaval. Confesso: tive vontade de me fantasiar e ficar pulando na folia até os pés doerem. Quem sabe em 2010!










sábado, 14 de fevereiro de 2009

Forças para sobreviver

Atualmente, um tema forte e chocante, talvez um dos mais difíceis de ser trabalhado e refletido, está em voga no mundo cinematográfico: o nazismo. A crueldade produzida pelo ditador mais cruel que nossa humanidade já presenciou vem sendo discutida na telona. Aqui mesmo já comentei com vocês sobre o ingênuo e tocante "O menino do pijama listrado" e do complexo "O leitor". Ainda não assisti ao blockbuster "Operação Valquíria", que fez até Tom Cruise vir ao Brasil tentando promover o filme. No entanto, hoje escreverei sobre outro filme dentro da temática que me tirou lágrimas e me deixou bastante pensativo.

"Defiance", de Edward Zwick, é um drama, baseado em fatos reais, que mostra claramente o desespero dos judeus ao tentare fugir das tropas alemãs. Em plena Segunda Guerra Mundial, liderados pelo personagem protagonizado pelo "James Bond" Daniel Craig, um grupo de judeus fogem e começam a construir um vilarejo secreto para se esconder do exército nazista. A partir de então se desencadeia uma série de vínculos de vida e morte, com momentos belos e momentos terríveis.

O filme, mesmo que apresentando porções de "filme cinemark", dá raiva, revolta, entristece, esgota. Talvez seja por um outro personagem que não aparece na trama, mas que foi muito bem lembrado pelo Oscar e está na lista dos concorrentes: sua trilha sonora. Clássica, acústica e sufocante, ela te derruba no universo do nazismo, na escuridão da floresta dos refugiados, no silêncio das mortes.

Um filme para lembrar do que o ser humano pode fazer e o quão cruel ele pode ser.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O lutador e o escritor

"O lutador" marca o grande retorno do ator Mickey Rourke, galã da década de 80 que acabou se envolvendo com drogas e confusões e viu sua carreira afundar. Embora já tivesse retornado às telonas com o filme "Sin City - A cidade do pecado", é em "O lutador" que Rourke realmente marca sua volta triunfal, que provavelmente dará ao ator o Oscar de melhor ator (como já aconteceu no Globo de Ouro).

O filme conta a história de Randy "The Ram" Robinson, um lutador que teve grande sucesso na década de 80, porém, 20 anos depois, acaba precisando participar de confrontos ensaiados de luta livre para se sustentar. No entanto, após sofrer um ataque cardíaco, Randy precisa avaliar que caminhos tomar em sua vida.

A grande virada do filme não acontece dentro dos ringues. Randy, na realidade, busca o sucesso em sua vida pessoal, com a busca pelo amor de sua filha e por estabelecer um relacionamento com a prostituta interpretada por uma excelente Marisa Tomei (que concorre ao Oscar de melhor atriz coadjuvante).

O filme, dirigido por Darren Aronofsky, mesmo diretor de "Réquiem para um sonho", "Pi" e "Fonte da Vida", é realmente como uma grande luta livre. Ele é pesado, é sangrento, é triste. Um "filme para macho", mas com toques de emoção e personagens contagiantes.

Já "The Visitor" é um filme delicado, simples, bonito, emocionante. Ele trata de temas como a imigração ilegal, a paixão pela música e pergunta ao personagem principal se ele realmente já batalhou por algo que valesse a pena. Walter Vale, vivido por Richard Jenkins é um professor de economia de Connecticut que precisa ir à New York para uma conferência e acaba descobrindo que um casal está morando em seu apartamento. Tarek e Zainab são dois imigrantes ilegais que levam uma vida normal nos EUA.

Após desentendimentos, inicia-se um grande lanço de amizade entre os personagens, em uma narrativa deliciosa, com trocas de experiências entre personagens de vidas são distintas. No entanto, por uma infeliz coincidência, Tarek acaba sendo preso e então começa o drama vivido pelos milhões de imigrantes ilegais no país. O filme revolta, emociona, entristece. Personagens bons culpados por suas origens.

Richard Jenkins é o grande destaque do filme, com uma atuação que lhe proporcinou a disputa do Oscar de melhor ator. Richard brilha na pele de um homem infeliz com sua vida, quas depressivo, que se vê despertando para as simplicidades do mundo sob as notas musicais de um tambor. Um filme realmente brilhante que vale a pena ser assistido!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Suástica na telona

Mais dois filmes chamaram minha atenção ultimamente, pela intensidade de suas cenas, pelas belíssimas atuações de seu grupo de atores e, principalmente, pelo tema abordado em ambas as produções, um tema ainda muito difícil de ser tocado por ser uma das mais cruéis realidades que nossa civilização já presenciou: o nazismo.



O primeiro filme está na requisitada lista do Oscar 2009, com 5 indicações. "O Leitor", de Stephen Daldry, é o filme que deu a Kate Winslet o Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante. Aliás, vale lembrar que Kate marcou história na mesma premiação ao ganhar o troféu de melhor atriz em drama pelo filme "Revolutionary Road", já comentado aqui no blog. Injustamente e curiosamente, a atriz concorre nesta edição do Oscar apenas pelo filme "O leitor", mas na categoria de melhor atriz.

A história se passa no fim do anos 50, quando a Alemanha tenta se reconstruir após as atrocidades cometidas pelo nazismo. No entanto, o filme vai e volta no tempo constantemente, descontruindo completamente a história. Michael, im adolescente de 15 anos acaba se envolvendo com Hanna, a personagem de Kate, uma mulher mais velha que trabalha como cobradora de bondes. Os dois começam a se relacionar sob uma "troca": Hanna inicia sexualmente Michael, porém o garoto, a cada vez que se encontram, precisa ler em voz alta um livro para ela.

No entanto, Hanna acaba se envolvendo com o nazismo e, no futuro, acaba sendo presa e julgada pelos seus crimes. Porém, há mais complexidades do que o espectador pode imaginar. O filme trata do analfabetismo, da justiça, da responsabilidade individual e das consequências do Holocausto dura e friamente.

Kate provavelmente levará para casa a estátua dourada e o filme ainda concorre aos Oscars de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Fotografia.

Já a segunda produção hoje foi um dos responsáveis por me proporcionar uma longa crise de choro, com direito a soluções e depressã0-pós-filme. Embora eu venha comentando apenas dos filmes oscarizados, "O menino do pijama listrado" não aparece em nenhuma categoria desta edição do Oscar, mas bem que merecia. O filme também fala do nazismo, porém visto pelos olhos de uma criança.

Bruno é uma criança de 8 anos que vê sua vida ser modificado ao se mudar com a família para uma casa no interior, pois seu pai, quie trabalha no exército da Alemanha, foi transferido. No entanto, o menino não sabe que no fundo da fazenda onde passa a morar existe um campo de concentração, com centenas de judeus vivendo. A partir da inocência da infância, Bruno acaba fazendo amizade, através da cerca que separa sua casa, com Shmuel, um menino judeu que mora no campo de concentração. Shmuel veste o uniforme dos presos do campo, porém Bruno acredita que na realidade todos usam, na verdade, pijamas. Por isso o título do filme.

Uma história incrivelmente delicada, bela e triste, que mostra de maneira tocante como o nazismo matou milhares de pessoas que, na realidade, eram iguais a todos os outros. Um filme difícil de ser engolido, indigesto e revoltante. Como arte, perfeito! Mas não é arte, foi a vida real, e isso dói ao assistir.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Como se fosse ontem...


...eu tinha 16 anos, o calendário marcava o dia 5 de fevereiro de 2004, era uma tarde ensolarada. Coloquei minha camiseta azul com coqueiros desenhados, era minha favorita. Abri o livrinho "minutos de sabedoria" em uma página qualquer e lá me disse para seguir meu coração. Menti para minha mãe ao dizer que ia no shopping com meus amigos. Ela nunca imaginaria onde eu estava indo. Peguei um ônibus e fui até a estação Bresser do metrô. Em meu bolso estava as instruções que eu havia escrito, com a ajuda de minha amiga Thati, para conseguir chegar de metrô até o local marcado. Encontrei Thati na estação, ela me reconfirmou o caminho que eu devia fazer, nos abraçamos e ela me deu boa sorte. Passei a catraca com medo. Uma baldiação na Sé, uma baldiação no Paraíso, e finalmente cheguei à estação Consolação. Subi a escada rolante, o sol bateu no meu rosto, o ar movimentado da grande avenida de São Paulo arrepiou meus pelos. Olhei para um lado, olhei para o outro, e lá estava a banca Bruno, o ponto de encontro marcado. O relógio marcava quase 14 horas. Ele não estava lá ainda. Comprei um chiclete. Esperei. Estava ansioso. Era tudo novo. Então ouvi uma buzina. Era ele, sentado em sua moto, tirando o capacete. Ele acenou para mim, fui até ele, nos cumprimentamos. Ele pediu para eu subir na garuba. Coloquei o capacete e subi. Ele acelerou. O vento batia no meu rosto, fazendo-me sentir em um grande filme romântico. Era meu primeiro encontro, o primeiro menino com quem eu saia em toda a vida. Eu estava me descobrindo e ele, Bruno, era peça fundamental para isso. Descemos a Rua Augusta e ele parou para cumprimentar alguns amigos. Fiquei sem graça. Descemos a Frei Caneca. Entramos no shopping. Ele estacionou. Eu estava com vergonha. Fomos ao cinema. Assistimos Encontros e Desencontros. Um filme incrível. Um cara reclamando que estávamos falando no cinema. O filme acabou. Conversamos mais um pouco. Ele me levou ao metrô e nos despedimos. Seria a última vez que eu o veria por muito tempo. Ele me dera a certeza: era esse caminho que eu havia escolhido para minha vida. Exatamente cinco anos atrás.

Um amor no espaço


Hoje tirei minha noite para assistir a um dos desenhos concorrentes ao Oscar. Lembro-me de quando "Wall-e", desenho da Disney/Pixar, estreou nos cinemas, as críticas foram extremamente positivas. Todos diziam que era um desenho inteligente, com tema adulto, fantástico, muito bonito. Confesso que, como bom viciado em desenhos, fiquei entusiasmado para assisti-lo. Porém, o tempo foi passando, passando, passando, e acabei não tomando coragem de ir ao cinema para vê-lo.

Quando saiu a lista dos candidatos ao Oscar, percebi que as críticas positivas ao filme eram realmente bem fundamentadas [ou deveriam ser], afinal a animação concorre a nada menos do que seis estatuetas douradas. Sim, 6 Oscars! "Wall-e" pode conquistar os postos de Melhor Roteiro Original, feito impressionante para um desenho, Melhor Trilha Sonora [realmente fantástica], Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição de Som, Melhor Canção [pela sentimental e apaixonante "Down to Earth", composta por Peter Gabriel e Thomas Newham], além de, lógico, concorrer ao Oscar de Melhor Animação, que deverá dar uma voadora em Kung Fu Panda.

O desenho conta a história de Wall-e, um pequenino robô que mora sozinho [ou melhor, na companhia de sua fiel escudeira, uma barata] em um planeta Terra devastado pela humanidade, humanidade esta que agora vive em uma estação especial. No entanto, depois de uma costumeira inspeção no planeta, realizada por uma robozinha chamada Eva, é encontrado uma pequena muda de planta. No meio da destruição, a muda significaria a possibilidade do repovoamento do planeta.

A partir daí, envolta pela grande aventura de levar a planta até os humanos, na estação espacial, e começar o plano do repovoamento, o desenho apresenta uma das mais lindas histórias de amor já reproduzidas no cinema: o amor do pequeno Wall-e com a robozinha Eva. Talvez se o Oscar conclamasse o melhor casal do ano, com certeza os dois robozinhos ganhariam o prêmio. Os dois personagem encantam, emocionam, dispertam sorrisos e olhos lacrimejados. Com pouquíssimas palavras ditas pelos robôs, o amor dos dois é consagrado com simples chamados de "Wall-e" e "Eva" que ecoam por todo o espaço.

Quando os letreiros começaram a subir eu pude entender porque "Wall-e" é considerado um dos melhores desenhos já produzidos pela Disney/Pixar. Porque o desenho é sincero, é humano, é, engraçado dizer isso de um desenho, mas é real. A partir de hoje ele está no topo da minha lista de "desenhos mais fofos que já assisti". Vale a pipoca!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Mais candidatos

Dando continuidade a minha saga cinematográfica dos candidatos ao Oscar 2009, hoje falarei de dois filmes com histórias muito distintas, mas que tem um denominador comum bastante forte: a dúvida. Os protagonistasde hoje no blog são os longas-metragem "Doubt" [Dúvida], escrito e dirigido por John Patrick Shanley, e "Revolutionary Road" [Foi apenas um sonho], de Sam Mendes.



"Doubt" traz uma história delicada e um elenco de grande peso. Não é à toa que quatro das cinco estatuetas que o filme concorre nesta edição do Oscar ficam por conta da atuação de três atrizes e um ator: uma incomparável Meryl Streep, que concorre ao Oscar de melhor atriz no papel da fria e áspera Irmã Aloysius, uma delicada Amy Adams, concorrente ao prêmio de melhor atriz coadjuvante no papel da doce Irmã James, um convicente Philip Seymour Hoffman, candidato à estatueta de melhor ator coadjuvante pelo papel de Padre Brendam Flynn, e uma surpreendente Viola Davis, também concorrente ao Oscar de atriz coadjuvante pela personagem Mrs. Miller.

Aliás, para vocês terem idéia da consagração das atuações, Viola Davis concorre ao prêmio tendo participado de apenas uma cena, menos que 10 minutos de atuação, mas cujos diálogos que a personagem troca com a de Meryl Streep penetram na cabeça e anestesiam o coração.

Baseado na peça de sua própria autoria (vencedora de quatro prêmios Tony), "Doubt" permeia o vão existente entre religião e moralidade, com o confronto de uma freira que acredita que o padre responsável pela região tenha abusado de um jovem negro. A partir desta dúvida, a história se desenrola com uma série de outras dúvidas, fofocas e quase-certezas. O filme aborda a questão de "até que ponto devemos acreditar em algo sem ter certeza? Até que ponto nossa certeza se torna verdade, mesmo sem ser provada? Até que ponto provas são necessárias".

Um verdadeiro show de atuação em assuntos delicadíssimos como o abuso de crianças na igreja e o preconceito racial. Um filme que incomoda com sutileza, principalmente pensado-se nos diversos casos semelhantes que já aconteceram e sempre acontecem na Igreja.



Já "Revolutionary Road" discute não a dúvida para com as outras pessoas, e sim para suas próprias vidas. No caso, as vidas dos dois personagens centrais, o casal Frank e April Wheeler. A produção marca a volta de Leonardo DiCaprio e Kate Winslet trabalhando juntos, mais de uma década após o sucesso Titanic.

Vivido na década de 50, o filme trata da felicidade do casal a partir do "american way of life", o idealismo de vida criado nos Estados Unidos e difundido intensamente nos quatro cantos do planeta. O casal Wheeler, visto pela sociedade em que vivem como um casal perfeito, uma família única, duas pessoas especiais, quando observados dentro de sua própria casa, percebe-se que não ha tanta felicidade quanto todos pensam. Quando param para olhar para si próprios, a dúvida da real felicidade cai sobre o casal. "Estamos indo na direção certa? Nosso casamento é feliz? Nós somos felizes?".

Leonardo e Kate estão impecáveis em suas atuações e levam o desenrolar da história, muitas vezes bastante parada, facilmente nas costas. Infelizmente e injustamente ambos não receberam indicações ao Oscar de melhores atores [vale lembra que Kate concorre ao de melhor atriz pelo filme "O Leitor", que falarei aqui futuramente]. No entanto, outro ator de dá um show de interpretação, e este sim alçou sua candidatura à estatueta de ator coadjuvante, é Michael Shannon, no papel de um homem com problemas mentais mas que não tem medo de falar a verdade, de provar ao casal Wheeler o quanto eles são infelizes e o quanto se enganam para não morrerem nessa infelicidade. Um sarcasmo, uma ironia e um ar de "eu sei a resposta" impressionantes.

O filme ainda concorre aos Oscars de Melhor Direção de Arte e Melhor Figurido, não sendo favorito em nenhuma das categorias.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Candidatos à estatueta dourada

Neste ano, resolvi tomar vergonha na cara e mergulhar de cabeça em uma das minhas grandes paixões: o cinema. Graças ao fascinante advento da tecnologia, aliado a um ato um tanto quanto ilegal, resolvi baixar da internet todos os filmes que estão concorrendo ao Oscar 2009. Tudo bem, alguns filmes eu me dei ao luxo de ir ao cinema e desfrutar os benefícios da tela grande. Porém, com a situação financeira de "vacas anoréxicas" que ando passando, a única solução encontrada foi realmente baixá-los em casa. Mesmo porque, muito dos filmes só estrearão no circuito brasileiro depois da cerimônia do Oscar, e desta vez eu quero fazer minhas apostas baseados em meus próprios argumentos, e não puros achismos.

Semana passada já comentei sobre "Quem quer ser um milionário". Hoje, comentarei sobre outros três filmes que estão na disputa de algumas estatuetas: O curioso caso de Benjamin Button, de David Fincher, "A troca", de Clint Eastwood, e "Rio Congelado", de Courtney Hunt.

"Rio Congelado", como o próprio nome diz, é um filmes frio, denso, muitas vezes estático, maduro, sem alegria, sem muito movimento, onde, muitas vezes, vale mais um quase-sorriso no rosto do que meia dúzia de palavras ditas. O filme narra a trajetória de duas mulheres que acabam se aliando para ajudar na travessia de imigrantes ilegais na fronteira do Canadá com os EUA.

A relação da personagem de Melissa Leo, que com todo o mérito concorre ao Oscar de melhor atriz, com a personagem, com Misty Upham é extremamente sutil, mas de uma força e beleza impecáveis. Mas, o grande personagem da história é a própria miséria da região, que mesmo ocultada pelo frio de 20 graus negativos, se torna evidente e tocante.

Já que falei em atuação feminina brilhante, "A troca" é, sem dúvida alguma, o melhor papel da carreira de Angelina Jolie até agora. Não é a toa que a senhora Pitt também concorre à estatueta de melhor atriz da premiação. Angelina, mais do que nunca, mostrou que além de uma das mulheres mais belas do planeta também é uma das melhores atrizes da nova safra do cinema. O filme, vivenciado em 1928, na cidade de Los Angelas, narra a história de uma mãe, que em uma manhã de sábado, ao voltar do trabalho, não encontra mais em casa seu filho Walter, de oito anos. A partir de então, começa uma incessante busca para resgatar o menino. No entanto, a personagem é barraca por um embate com a polícia local, imersa em corrupção e disputas políticas.

O filme representa a insuperável e poderosa força do amor maternal e a determinação de uma mulher que não tem medo de lutar pelo seu objetivo, em uma sociedade machista e corrompida. "A troca", dirigido pelas excelentes mãos de Clint Eastwood, também concorre aos Oscars de Melhor Direção de Arte e Melhor Fotografia. Reserve lenços de papel para assistí-lo.

A última produção que comento hoje é a única que poderá desbancar "Quem quer ser um milionário" na disputa de melhor filme de 2008. "O curioso caso de Benjamin Button" é tocante, é empolgante, é inteligente, é puro, é ingênuo, é fascinante. Talvez seja essa a palavra: fascinante. Não consigo contar quantas vezes me vi de queixo caído durante a exibição do filme no cinema, e quantas vezes meus olhos, hipnotizados pelo brilho do enredo, se fizeram imersos em lágrimas.

A história narra a trajetória de Benjamin Button, uma criança que nasce com uma desconhecida doença: ela nasceu velha. Velha? Sim, logo ao nascer, a criança apresenta a fisionomia de um senhor à beira da morte. Porém, Benjamin Button, que segundo os médicos estaria predestinado a morrer logo após ao nascimento, inverte a situação, e ao invés de envelhecer, ele começa a rejuvenescer com o passar dos anos.

Brad Pitt está completamente fantástico no papel do protagonista. Com a maquiagem sendo papel fundamental para a história, é impossível olhar para Pitt com a aparência de um senhor de 70 anos e o jeito de uma criança de 5 anos e não se emocionar. Uma atuação impecável e contagiante. Além disso, Cate Blanchett também está brilhante no papel de Daisy, a mulher por quem Benjamin se apaixona.

O filme é o arrasa-quarteirões da 81ª edição do Oscar. Ele concorre a precisamente 13 indicações na premiação, entre elas “Melhor filme”, “Melhor diretor” e “Melhor ator”, para Brad Pitt. Em 80 anos do prêmio, apenas 10 filmes conseguiram tão façanha, e a maioria deles ganhou o grande prêmio.O interessante da seleção de filmes neste edição da premiação é o fato da maioria deles tratar de assuntos que são tão fortes e ao mesmo tempo tão simples, ligados à natureza humana: o amor, a esperança, a luta, a determinação, a amizade, os vínculos de sentimento. Todos os filmes ganham o espectador pelo coração e o transportam para dentro de si mesmos, fazendo com que cada um, sentado à frente da grande tela ou da simples tela do computador, consiga olhar para dentro e pensar nos limites e nas essências do próprio ser humano, deles próprios.

Anote esses três filmes na agenda e não deixe de assisti-los, pois com a tecnologia da internet ou não, vale o preço do ingresso do cinema!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

O canudo é meu


Nessa semana, após longos e árduos quatro anos de muita dedicação ao curso de jornalismo, finalmente coloquei as mãos no tão sonhado canudo, segurei nos braços felizes e cansados o tão esperado diploma de comunicação social, pronunciei as tãos aguardadas palavras do juramento. Agora, mais do que nunca, mais do que nos desafios que encontrei na faculdade, do aprendizado da Revista Forbes, do amadurecimento da Revista Viver Bem, da evolução na Revista DOM, mais do que em qualquer matéria, qualquer entrevista, qualquer texto, qualquer contato estabelecido, hoje, mais do que nunca, posso falar com todo o orgulho que tenho: hoje, eu sou jornalista!

Que Deus me ilumine e me acompanhe para que eu possa construir uma carreira brilhante, com muitas conquistas, muitos ideais, muita honestidade e muito trabalho, pois o trabalho é que engrandece o homem e quero deixar de ser um menino de 21 anos e me tornar um grande e valioso homem da imprensa brasileira.

Parabéns a todos os formandos. Nós conseguimos, caráleo!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Caminho das Índias

Não, não escreverei sobre a chatíssima novela de Glória Perez, clone de seu próprio Clone, se é que vocês se lembram. A Índia que acaba de me encantar, e não pelos véus coloridos e danças tradicionais, e sim pela miséria e desgraça de seu povo, é a retratada no filme "Quem quer ser um milionário" [Slumdog Millionaire], de Danny Boyle. O longa-metragem, rodado nas Índias, concorre ao Oscar de melhor filme de 2009, e é um dos favoritos.

Por onde passou, Slumdog abocanhou mais de 30 prêmios ao redor do mundo, tendo conquistado o Prêmio do Público em Toronto, o Globo de Ouro, o Prêmio do Sindicato dos Produtores e diversos outros pequenos prêmios da crítica. Prêmios para "millionaire" não botar defeito.

O filme narra a história de um garoto indiano, morador de uma favela, pobre e simples assistente de operador de telemarketing, que vai a um programa de televisão famoso chamado "Quem quer ser um milionário" e, a partir de cada pergunta respondinda, são desencadeadas uma série de lembranças na vida do menino. Com uma edição brilhante, a cada pergunta a história vai e volta ao passado, procurando respostas e encontrando lembranças.

Porém, o grande foco da história é o amor, a busca por Latika, uma menina cujo personagem principal, o participante Jamal Malik, é apaixonado. A história vai se desenhando com uma série de encontros e desencontros, sem um único beijo e com muitos olhares que falam mais do que palavras.

O filme conta com uma fotografia arrasadora e uma trilha sonora impecável, que também foram colocadas a teste concorrendo aos Oscars em suas respectivas categorias. Ao todo, "Quem quer ser um milionário" concorre a 10 estatuetas douradas.

Não deixem de assistar, é um tipo de filme que te arranca sorrisos, lágrimas e deixa sua mão suando de ansiedade.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Meu amor concreto


O aniversário foi ontem, mas resolvei deixar para hoje as considerações. Ela é antiga [455 aninhos com carinha de 400], ela é cinza [com direito a muita pedra, asfalto e concreto], ela é imponente, importante, movimentada, ela não dorme, às vezes não sai sorri, às vezes chora muito, mas sempre nos faz rir, ela tem extremos, tem histórias, tem filosofias de vida, tem amores, tem amigos, tem famílias, tem beleza, ela é cheia e às vezes solitária, ela é bagunceira e muitas vezes tem uma bagunça organizada, ela é o cáos e a salvação, ela é a fome e a oferta de emprega, ela é o Parque do Ibirapuera, ela é a Avenida Paulista, ela é o Masp, o Trianon, a Praça da República, ela é a Mooca, é o Brás, é a Torre do Banespa, ela é o 23 de maio e a Rua das Noivas, ela é a Frei Caneca e a Oscar Freire, ela é a 25 de março e o sambódromo, ela é a Marginal Tietê e o Rio Pinheiros, ela é shopping, é museu, é teatro, é cinema, é balada, é restaurante japonês, indiano e francês, ela é amor, é beijo na boca, é esperança, ela é gigante e um ovo, ela é intensa e simples, ela é uma cidade e um mundo...ela é meu verdadeiro amor, um amor que jamais abandonarei. São Paulo, te amo!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Quando a poeira baixa

Em cidades como São Paulo, embora grandiosas, exuberantes e movimentadas, não é difícil você encontrar um velho amigo ou um antigo amor em uma esquina, quando menos espera. A megalópole, norteada pela rede de relacionamentos dos mais variados tipos possíveis, se torna uma uma cidadezinha de interior. Mas, quando se trata de amores, será que é fácil lidar com a possibilidade de encontrar um ex-namorado no próximo quarteirão?

Estive pensando: histórias de amor têm começo, meio e fim. Okey, a maioria delas, mas sempre haverão, ainda bem, aquelas histórias que param no meio e nunca chegam ao fim. Que bom, ainda há esperança. Mas, as outras histórias, que acabam terminando, elas podem, tempos depois, novamente recomeçar, no próximo quarteirão. Tratando-se de amor, ele pode ter uma continuação?

"E se tudo fosse diferente?". Quem não se fez essa pergunta ao terminar um namoro? Mas, quando a dor acaba, quando a mágoa escorre pelo ralo, quando as fotografias não mais causam tristeza, quando as feridas se fecharam e os perdões se estabeleceram, o "e se tudo fosse diferente?" pode ser colocado em prática?

Muitas frases clichês são usadas durante um tempo de término: "eu não estava preparado", "seu jeito me sufoca", "não era a hora certa para ficarmos juntos", "não adianta, estamos em sintonias diferentes" e muitas outras que agora, falando friamente, são fáceis de se escrever, mas, na hora, no auge da emoção, no ápice das lágrimas, são extremamente difíceis de serem faladas [e muito menos ouvidas!]. Tempo passa, tempo voa, você está preparado, os "jeitos" amadureceram", você acredita que a hora é a certa, que as sintonias podem se assemelhar. Há uma segunda chance?

Olho para uma aliança guardada no fundo do armário, velha, suja, gasta pelo tempo, reservada pelas consequências. Coloco-o a no dedo novamente. Emoções vêm à cabeça e pensamentos e lembranças brilham em nostalgia. Será que, um dia, eu sairia na rua de novo com ela? Afinal, um amor pode recomeçar?

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

E tem...

E tem todo aquele lance do auto-conhecimento
e do conhecimento bi-lateral
aquela sensação de sei o que vai acontecer
mas, por favor, me surpreenda
tem a idéia de rotina anotada
e futuro desconhecido utópico
uma vontade de começar tudo de novo
e, que merda! começou tudo de novo
tem o momento da lágrima
e do sorriso sem graça
tem o momento da saudades
e do fingimento de saudades
tem o apelido carinhoso
e a melosidade desnecessária infantil
tem o começo delirante
e o término desconcertante
Mas, você sabe, eu sei, todos sabemos:
dá sempre vontade, não dá?

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A Vila Madonnica

Todos tinham certeza que os shows seriam maravilhosos, que a emoção seria indescritível, que iriam chorar, que iriam pular, que seria o grande espetáculo de suas vidas. A vinda de Madonna, a rainha do pop, o ídolo de milhares de pessoas nesse Brasil imenso, movimentaria vidas, cidades, estados, homens, mulheres, adolescentes, pessoas com uma única certeza: tudo valeria a pena, seja qualquer o esforço realizado para chegar nela.

Mas, os fãs não sabiam que existiria um fator, a princípio visto como "a parte chata do show", que se tornaria um dos momentos mais especiais da vinda de Madonna para o Brasil após 15 anos: o acampamento! Nele, amizades foram firmadas, pessoas reencontradas, amores se criaram, laços incríveis de sentimentos, lealdade, carinho e respeito foram desenvolvidos.

Para alguns, foram poucas horas na fila. Para outros, dias e até semanas para conseguir colocar o corpo o mais próximo da rainha. Eu, assim como na venda dos ingressos, no Credicard Hall, o qual me rendeu uma longa saga que narrei aqui neste blog, novamente acampei 5 dias. Foram 5 dias que mudaram minha vida, sem nenhuma dúvida. Não sou o mesmo Paulinho e digo: que bom que não sou o mesmo Paulinho. As emoções e as amizades que nas calçadas do estádio do Morumbi formei quero levar comigo para o resto de minha vida.

Confiram abaixo alguns momentos de nossa querida "Vila Madonnica"











quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Andando em muros


Os anos passam, os anos chegam, mas meu coração e minhas dúvidas sempre continuam: depois de se relacionar com muitas pessoas, de ter muitos namoros, de se apaixonar, de amar loucamente e de ter isso várias vezes jogado num poço obscuro sem volta e com muito sofrimento, será que acabamos desenvolvendo uma película protetora de envolvimentos? Na novela do amor, quando a história tem muitos capítulos, ela se torna cansativa?

O ano de 2008 foi-me atípico no quesito relacionamentos. Tive dois namoros relâmpagos que mais me sugaram do que me acrescentaram. Em um, o saldo foi inúmeras brigas e um carro batido. O outro, inúmeros xingamentos em minha cabeça e uma pinga mineira falsificada para meu pai. Dentro de mim, nada sobrou, nada valeu. Tive outros mini-relacionamentos com alguns meninos que surgiram na minha vida: um idiota que estava comigo enquanto a credencial do São Paulo Fashion Week continuasse, um que não estava comigo, eu que estava acompanhando o umbigo dele, outro que ficou comigo por pura falta de algo melhor para fazer, e assim por diante. Ou seja, profundidade em sentimentos, zero!

Com tudo isso, acabei me fechando para os relacionamentos e voltei minhas atenções para meus amigos. Os beijos e amassos deram lugar às incansáveis gargalhadas com meus amigos. Eu não precisava mais de homens, eu tinha amigos. Por um lado, ótimo, por outro, a carência afetiva começou a crescer em meu coração.

Hoje estou andando em cima de um muro com cacos de vidro. Se eu pular de um lado, tenho festas, baladas, bocas para serem beijadas e a vida de solteiro que sempre acostumei a ter. Se pular do outro, posso ter uma vida maravilhosa como uma pessoa também maravilhosa. Onde esse muro vai acabar?