domingo, 29 de março de 2009

Confissões filosóficas

- quem és?
- por enqto me conte o que é bom em vc!

Paulinho: quem sou? pergunta complicada. Sou teimoso, sou exagerado como todo bom ariano, sou romântico, sou completamrente mão aberta, sou amante da tecnologia, da cerveja em boteco, de sair pra dançar, de dirigir o carro do meu pai ouvindo música, sou preocupado com meu peso e nunca faço nada pra muda-lo, sou impaciente, sou ansioso, impulsivo ate demais, sou comilão ao extremo, sou alguem q gosta de comandar, sou competitivo, sou crianção, sou meio ciumento, sou meio solitário
meio ninfomaniaco
meio irritante
sou alguém q foi assaltado pela primeira vez na vida sábado passado
sou reporter de uma revista gay
sou adotado
esse sou eu

- é dificil amar quem tem asas...

Paulinho: pelo contrario
quem tem asas ama mais
voa mais, se entrega mais
vai a lugares difíceis de serem encontrados
a lugares altos, azuis, com nuvens

- Me diz um sonho teu.

Sonhos? Não tenho sonhos grandiosos, sou meio clichê quanto a sonhos.
Sonho em ter uma relacionamento sério e morar com a pessoa num apartamento alto, com uma sacada com uma bela vista, sonho em conhecer Paris, em falar várias línguas, sonho um dia em ter coragem e vergonha na cara de emagrecer, sonho em ter uma girafa de verdade em um sítio e abraçar seu pescoço, sonho em fazer um mochilão pela america latina..ixi, tantos sonhos de ariano.

- eu tenho te esperado ha tanto tanto, tanto tempo.

quinta-feira, 26 de março de 2009

A injustiça anda de bicicleta

Eram 10 horas da noite. Eu acabara de desembarcar na estação Consolação do metrô. A noite estava calma, silenciosa, um vazio estranho e desconcertante. Girei a catraca e me dirigi à escada rolante. Meu amigo me ligou avisando que iria atrasar uns 40 minutos. Achei melhor dar uma volta pela Paulista, a avenida que sempre me acolhera em tantos momentos de minha vida. A Avenida em que eu me sentia em casa, respeitado, me sentia confortável. Desembarquei na paulista. O semáforo da Rua Augusta estava fechado. Esperei. "Meus amigos podem estar no bar da loca, acho que vou ligar para esperar meu outro amigo com eles". Foi o que pensei. Atravessei o cruzamento e disquei para um amigo. Ele atendeu. Era sempre bom ouvi-lo com muito burburinho de fundo. "Ele está no bar então, certeza!". Fui caminhando pela calçada da Avenida Paulista. À frente do Banco Safra veio o susto, o momento pelo qual até então eu não havia passado, um medo que não me dava medo pelo soberba de acreditar que jamais aconteceria comigo. Eu avistei a bicicleta vindo rapidamente em minha direção. Um menino negro, mal-encarado, vestido num blusão bastante popular vermelho, olhos fumegantes. Em frações de segundo, desviando das outras pessoas que passeavam pela calçadas, ele chegou ao meu lado. Tudo foi muito rápido. Como uma flecha, ele arrancou o telefone de minhas mãos. Em minha cabeça soava a última palavra dita por meu amigo, a última palavra indo embora nas mãos daqueçe marginal, que rapidamente se dirigiu à esquina e virou na Rua Augusta. Assustado, desnorteado, tomado por uma paralisia momentânea apenas consegui olhar para trás e ver a bicicleta indo embora do alcance de minha vista, rápida, cruel, ríspida. Os olhos me olharam por uma última vez, opressores, ameaçadores. Me diziam "não grite, não venha atrás de mim, deixe-me ir e você ficará ileso". Foi o que fiz. Tremi. Peito apertado. Mãos suando. Eu havia sido assaltado pela primeira vez. Meu celular, velho companheiro de tantas conversas, havia me deixado, partido, roubado. Eu estava impotente, injustiçado, ridicularizado. Era meu primeiro assalto e eu queria apenas chorar.

domingo, 15 de março de 2009

Porta aberta



A privacidade é um dos direitos do ser humano, o direito de fazer algo privado, algo só seu, algo que ninguém esteja olhando, observando, algo secreto, algo natural, errado ou não, que só dirá respeito a uma única pessoa: você. Para isso, criaram-se códigos de privacidade, como portas, cortinas, senhas, cartões, vidros filmados, e tantas outras barreiras do mundo público para com o mundo privado.

No entanto, agora vivemos em uma nova era, uma era internética onde a privacidade não é mais um direito, apenas um adicional que, muitas vezes, nem é assim tão utilizado. Temos uma senha para entrar no Orkut, uma senha privada, porém lá expomos nossa vida para toda a rede. Temos uma senha para o Twitter, porém contamos na página até quando vamos fazer cocô. Temos uma senha para um Fotolog, mas lá publicamos as fotos mais sórdidas dos momentos mais sórdidos. Criamos as portas, mas literalmente cagamos com ela aberta.

Afinal, somos privados para sermos públicos?

segunda-feira, 9 de março de 2009

Faltam 40 dias...

...para meu tão esperado aniversário de 22 anos (tão esperado quanto foi o de 21, o de 20, 19...) e, enquanto isso, me delicio com meu inferno astral que acaba de começar!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Duas portas

Duas portas
Grande distância
Enorme instância
De algumas respostas

Perigosa relação
Olhares cruzados
Beijos trocados
Delicada descrição

Quero-te por inteiro
Não apenas no silêncio
Mas ao som inteiro

Desejo-te abertamente
Sem me esconder ou te esconder
Para nossa felicidade, eminente!