segunda-feira, 30 de junho de 2008

Para dar risadas

Fulano diz: Então, eu e meu irmão gêmeo nos apresentamos durante 3 vezes ao dia na webcam e cada apresentação conta com a presença de 5 pessoas, que podem interagir conosco, em vídeo ou áudio. Nós nos gostamos muito e gostamos de fazer isso na frente das pessoas!

Paulinho diz: Nossa, mas que inusitado isso, como assim vocês se "apresentam"?

Fulano diz: Fazemos nosso show ao vivo. Aliás, daqui a pouco, às 21 horas, vamos ter mais uma apresentação. Estou fechando a lista das pessoas que vão participar.

Paulinho diz: Lista? hahaha. Gente, é praticamente uma balada!!! Que engraçado!

Fulano diz: Se você estiver interessado já me diga, porque apenas 5 pessoas participam. E para participar você tem que depositar 20 reais em nossa conta corrente, ok?

Paulinho, completamente incrédulo, diz: Oi? Como assim? Vocês são um negócio?

Fulano diz: Vai participar ou não?

Paulinho diz: Hahaha. Não, obrigado, tenho coisas melhores para gastar 20 reais.


(!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!)


Por favor, me diz que ainda há vida inteligente na internet, me diz, me diz, me diz!!!!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Não basta ser gay...tem que participar?


Há tempos eu queria escrever sobre esse tema, mas ou não conseguia reuniar as palavras certas, ou aconteciam novas coisas que me deixavam pensativo. Então, vou arricar agora. Todos que me conhecem (família, amigos, leitores...) sabem da minha orientação sexual: sou gay, assumido (não, não fico gritando para os quatros cantos isso, afinal não há necessidade) e muito bem resolvido. Atualmente, um dos meus trabalhos é em uma revista voltada para o público gay. Hoje, com mais de seis meses trabalhando neste projeto, algumas questões me vêm à cabeça, assim como, tenho certeza, à cabeça de vários outros gays:

- Existe moda gay?
- Por que a maioria dos gays tem que ser baladeiros?
- Por que a maioria dos gays tem que gostar de música eletrônica?
- Por que Madonna é um ícone para a maioria dos gays?
- Por que, raios, os gays, emboram não gostem de ser esteriotipados, insistem em seguir um padrão, em procurar uma identidade gay, em se sentir minorias, agir como tal e levantar essa bandeira?

Okey, as primeiras questões podem até ser surpéfluas, mas pergunte para qualquer gay que você conhece e talvez você irá ouvir as mesmas respostas. Mas essa última questão é um ponto primordial para se entender a comunidade gay no Brasil e que talvez explique todas as outras questões. Afinal, o gay tem que ter um "gay way of life?"

Conversando com meu chefe, ele disse "Eu sou gay, mas não concordo com 99% dos gays que conheço. Não gosto de balada. Não gosto de usar roupas fashion. Não ouço músicas que a maioria ouve. Não acho sensacional a parada. Deixo de ser o que sou por isso?"

É bem essa a questão. As pessoas não entendem que ser gay é apenas uma característica da pessoa, o fato dela gostar de pessoas do mesmo sexo, e não um estilo de vida. Por que um gay não pode ter os mesmos gostos e rotina de um heterossexual? Por que, afinal, temos que levantar a bandeira do arco-íris e escrever em nossas testas "sou diferente, sou gay, algum problema?". Não! Não precisamos. Meu outro chefe disse "Se colocar na imagem de minoria e agir como minoria e querer mostrar ao mundo que, por ser diferente, você é uma minoria, é se rebaixar demais!". Concordo com cada palavra.

Tudo bem, gosto de Madonna? Gosto. Gosto de música eletrônica? Gosto. Gosto de sair de balada sempre? Gosto. Gosto de roupas mais moderninhas? Gosto.Mas a questão é: não gosto por que sou gay. Não é a condição de ser gay que me faz ser o que sou. Gosto dessas coisas porque me identifico, não porque essa comunidade me faz gostar. Não preciso estampar no meu peito um letreito Docce & Gabana ou ficar ouvindo Cher alto para o mundo saber que sou gay. Não, por favor, não.

Os gays só vão receber o respeito que merecem (merecem?) a hora que pararem de agir como alinenígenas que querem aparecer, e se portarem como pessoas normais, pessoas que apenas gostam de outras pessoas do mesmo sexo, só. A diferença é única: uma questão de gosto. Só! Não precisamos militar a causa gay, pois não existe uma causa gay. Direitos, leis, respeito...tudo bem, isso precisa ser feito. Mas sem hipocrisia né!

terça-feira, 24 de junho de 2008

Tire a máscara...

...aqueles que precisam de ropas de grife, carros importados e status na alta sociedade para camuflarem sua total insegurança para com a vida;
...aqueles que saem na noite, beijam dezenas de pessoas que não se recordam se quer seus nomes para ocultarem suas personalidades carentes e falta de auto-estima;
...aqueles que precisam mostrar ao mundo que são gays pelo simples fato de estarem mostrando algo e não necessariamente por sentirem orgulho do que são;
...aqueles gostam de jogar sujo, fazer intrigas, plantar o mau e regar com más ações pois são pessoas baixas e sujas;
...aqueles que se fazem de super-heróis do bem e são apenas mais algumas pessoas hipócritas;
...aqueles que se escondem no anonimato e têm medo de assumir suas vidas face-a-face.

Conselho: tire a máscara. Dá para enxergar melhor!

sábado, 21 de junho de 2008

Lágrimas de Martine


Eu falei brincando ontem de noite, mas é verdade: meu carro daria um excelente livro. Ele já presenciou tanta coisa com esses dois ao meu lado (e mais o Driko, que está na lua-de-mel em Bariloche rs) que muitas histórias poderiam ser contadas. Ontem de madrugada foi um desses momentos inesquecíveis.

Não há como descrever a noite de ontem. Dizer "amizade sincera e verdadeira" talvez fosse muito pouco. Esses dois, Markinhos e Bruna, são pessoas que em pouquíssimo tempo se tornaram presentes em meu coração e a cada novo dia o transformam num lugar muito mais gostoso.

Não sei o que é passar uma semana sem eles, não sei o que é ficar triste sem poder ligar para eles, não sei o que são fins-de-semana sem nossas cervejinhas, sem nossos martines, sem nossos lanchinhos da madrugada no Extra. São pessoas indispensáveis na minha vida.

E ontem percebemos o quanto especial é nossa relação. Choramos, os três, dentro do meu carro, abraçados, juntos, sentindo a mesma ligação. Um só sentimento, uma só vontade, um só rumo. Nos amamos, amamos mais que qualquer paixãozinha, amamos mais que qualquer hobby obsoleto, amamos mais do que conseguimos descrever.

Uma noite de muitas respostas, muitas histórias explicadas, muita emoção. Uma noite de pérolas como "ah, sei la, então eu como vocês" ou "se você chegar em casa eu quebro suas duas pernas" ou ainda "olha aqueles velhos bêbados...são nosso futuro". Uma noite realmente inesquecível.

Obrigado por tudo, sempe!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Já fui mais feliz...

No dia em que fui mais feliz
Eu vi um avião
Se espelhar no seu olhar até sumir

De lá pra cá não sei
Caminho ao longo do canal
Faço longas cartas pra ninguém
E o inverno no Leblon é quase glacial

Há algo que jamais se esclareceu
Onde foi exatamente que larguei
Naquele dia mesmo
O leão que sempre cavalguei

Lá mesmo esqueci que o destino
Sempre me quis só
no deserto sem saudade, sem remorso só
Sem amarras, barco embriagado ao mar

Não sei o que em mim
Só quer me lembrar
Que um dia o céu
reuniu-se à terra um instante por nós dois
pouco antes do ocidente se assombrar.

No dia em que fui mais feliz
Eu vi um avião
Se espelhar no seu olhar até sumir

De lá pra cá não sei
Caminho ao longo do canal
Faço longas cartas pra ninguém
E o inverno no Leblon é quase glacial

Há algo que jamais se esclareceu
Onde foi exatamente que larguei
Naquele dia mesmo
O leão que sempre cavalguei
Lá mesmo esqueci que o destino
Sempre me quis só
no deserto sem saudade, sem remorso só
Sem amarras, barco embriagado ao mar

Não sei o que em mim
Só quer me lembrar
Que um dia o céu
reuniu-se à terra um instante por nós dois
pouco antes do ocidente se assombrar.

Não sei o que em mim
Só quer me lembrar
Que um dia o céu
reuniu-se à terra um instante por nós dois
pouco antes do ocidente se assombrar.

Não sei o que em mim
Só quer me lembrar
Que um dia o céu
reuniu-se à terra um instante por nós dois
pouco antes do ocidente se assombrar.

No dia em que fui mais feliz...
(Adriana Calcanhoto - Inverno)

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Discussões filosóficas

Um dos momentos mais gostosos da minha semana é quando me reúno com meus três melhores amigos e juntos temos diversas discussões filosóficas sobre os mais variados temas. Ontem de noite, dirigindo de volta para casa, tivemos mais um desses momentos. Conversa vai, conversa vem, e um dos amigos diz “É o que eu digo: o romantismo nas grandes cidades deixou de existir”. Sua frase me fez pensar durante toda a noite.

São Paulo é uma cidade maravilhosa, grandiosa e movimentada. A vida noturna, principalmente na cena gay, é uma das melhores do mundo. Em uma simples noite você consegue conhecer diversas pessoas interessantes, diversos lugares interessantes, diversas experiências interessantes. Um lugar propício para se arranjar um namoro e viver um romance digno de cinema, certo? Nem tanto.

Embora grandiosa, São Paulo é uma cidade repleta de pessoas solitárias, mesmo sempre rodeadas de milhares de pessoas. Isso é perceptível no mundo das baladas. Pessoas se divertem, beijam quantas pessoas puderem, se drogam, vão para os dark rooms da vida, fazem de tudo para ter uma “noite inesquecível”. Mas e quando essa noite acaba? Elas voltam para sua solidão, para seu verdadeiro mundo, até o momento em que se saciarão novamente de mais momentos de superficialidade, e assim sucessivamente.

Outro exemplo foi a última quinta-feira, dia dos namorados. Concordo plenamente com o que o Valmir disse em seu post: apenas mais um dia comercial. Presenciei casais gays “apaixonados”, trocando presentes e juras de amor, jantando em lugares carésimos, dormindo em motéis finos, comemorando um lindo dia de amor. E, alguns casais que conheço, no fim-de-semana, dois dias depois, já estavam se traindo novamente, brigando novamente, fingindo que vivem um lindo conto de fadas, mas na realidade continuam a ser vilões.

Será que estou sendo muito pessimista? Ou ideológico demais? Será que ainda há esperança para as vidas solteiras e inteligentes numa cidade com milhões e milhões de habitantes como São Paulo? Ou será que o ser humano superficial que gosta mais de carteiras do que de pessoas, que prefere quantidade à qualidade ou que acha que sentimento se compra em sex shop irá prevalecer?

Boa semana para todos.

domingo, 15 de junho de 2008

Por que eles estragam tudo?

Se te gostam, não te beijam.
Se te beijam, não te ligam.
Se te ligam, não te correspondem.
Se te correspondem de um lado, falham do outro.
Se nunca falham é porque você ainda não descobriu.

Às vezez me sinto um adolescente sonhador tratando com outros adolescentes fúteis. Quando iremos crescer?

Já passei do tempo de beijar tantas pessoas na balada quanto eu podia. Já passei do tempo de encher a cara, ligar o foda-se e sair sem absolutamente nenhuma responsabilidade. Já passei do tempo de deixar pessoas em fogo morno e usá-las como step. Sim, já fiz tudo isso, mas agora cansei. Quando o resto das pessoas irão cansar também? O complicado é ter que esperar sentado por isso tudo.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Quem tem medo do dia 12 de junho?

Tudo bem, todos nós sabemos que por trás dessa data tão romântica e esteriotipada, cheia de clichês, na verdade, o que realmente funciona é uma puta indústria capitalista que transforma os namorados em simples consumidores. Ir jantar num restaurante = comércio. Ir foder num motel = comércio. Comprar presentes carésimos = comércio. É uma das datas do ano que mais movimentam dinheiro nesses segmentos. Okey, eu poderia ficar falando essas coisas e todos pensariam "tá, ele diz isso porque não está namorando esse ano". Concordo. Então vou recordar um pouco dos dias dos namorados que já passei e vocês vão perceber que eu sou, ou melhor, já fui, o maior consumidor que existe.

4 anos atrás. Meu primeiro namoro. Eu tinha 17 anos. Apaixonado por um modelo que eu havia conhecido por completa obra do destino. Eu não percebia que ele era completamente whatever comigo. Quem percebe isso quando se está apaixonado? Então, mesmo não esperando nada em troca, comprei um puta coração de pelúcia (/clichê), escrevi uma carta toda melosa (/clichê 2) e coloquei num pacote bem lindo com um laço vermelho (/cichê 3). Liguei e disse para a gente se encontrar. "Ahh, mas tem que ser rapidinho, hoje to meio ocupado". Conclusão: dei o presente para ele no metrô, ele abriu, falou "que legal", enfiou na mala e foi embora. No dia seguinte terminou comigo dizendo que tinha que morar na Inglaterra por 6 meses e que não daria para levar o namoro adiante. Chorei, esperniei, fiquei muito mal. Entendi que era o trabalho dele, então superei. Duas semanas de sua "partida" o encontro na balada enchendo a cara e beijando outras pessoas. Conclusão: um porre de tequila para esquecer o quanto uma pessoa podia ser filha-da-puta.

3 anos atrás. No auge dos meus 18 anos. Apaixonado por um menino que era perfeito, éramos extremamente parecidos, nos amávamos, nos tratávamos como maridos. Fazia pouco mais de 1 mês que estávamos namorando. Montei uma caixa de papelão de quase 1 metro de altura por 1 de largura, enchi de bexigas de coração até o topo (/cliche 4), coloquei dois porta-retratos com nossas fotos no fundo (/clichê 5), uma caixa de bombons (/clichê 6), um cd com "nossas músicas (/clichê 7) e uma cara de amor. Ele amou o presente, ficou todo com cara de bobo. Ele me deu um porta-retrato de madeira que disse que tina construído. Mal sabia eu que ele havia ganhado de presente e não tinha gostado, por isso que me deu, mas enfim. Tivemos uma noite ótima, jantamos no shopping com nossos amigos, tudo lindo e maravilhoso. Duas semanas depois ele terminou comigo, inventando um monte de coisas para encobrir que ele, na verdade, estava me trocando por um carinha "mais bonito" que eu.

2 anos atrás. Agora com meus 19 anos. Namorava o cara que mais amei na vida, o cara que mais me fez feliz, o namoro mais duradouro. Dei para ele uma caixa com várias penas e plumas e dentro uma algema de pelúcia vermelha. Lógico, entreguei o presente no motel. Ele me deu o livro "O diabo veste Prada", que eu estava super afim de ler. Eu amei na hora, não esperava ganhar um presente. Foi uma ótima noite no motel. Pela primeira vez tive um dia dos namorados sem pós-comemoração traumática (demoraria uns 7 meses para ela chegar).

1 ano atrás. Eu e meus 20 anos. Estava no meio de uma aventura de namorar um menino de Curitiba. Um amor platônico de muitos aos de internet que tinha vindo para São Paulo, tínhamos nos conhecido, ficados juntos e resolvido namorar. Passamos o dia fazendo interurbanos (quer dizer, EU fazendo interurbanos) e fingindo que era uma ótima comemoração de dia dos namorados. Não adiantei, fiquei depressivo com a distância e logo mais o namoro iria acabar. Eu fui para Curitiba vê-lo, ele não me deu bola, o amigo dele me deu e puff. Logo namoro acabou. Ainda bem que o amigo se transformou num grande amor da minha vida, até hoje. (/meu curitibano que tanto falo)

E hoje? E em 2008? Pela primeira vez, desde que "me tornei" gay, não estou namorando. Foi um dia fácil? Confesso, não! Invejei os clichês dos outros, invejei as trocas de presentes, invejei as mensagens românticas? Foi um dia meio cinza, meio sem cor, meio sem emoção. Sim, saí com um menino que estou conhecendo. Foi super gostoso, não tão gostoso quanto eu havia planejado, mas sabe quando falta aquela coisa "eu te amo", aquele clichezinho de demonstração explícita de amor? Tá certo, sou brega, adoro essas coisas.

Embora eu pense que deixei de ser romântico, acho que serei um eterno apaixonado pela arte de me apaixonar. Sinceramente? Espero que isso nunca acabe. Amar é o que realmente importa, clichê ou não! Se eu tenho medo do dia 12 de junho? Embora tenha passado por tudo isso, eu nunca tive. Mas confesso que quando acordei hoje e lembrei da data deu um friozinho na barriga...

terça-feira, 10 de junho de 2008

Homem animal

Uma das coisas que mais odeio na vida em sociedade é a total falta de educação das pessoas no transporte público. Sempre me irrito com a postura de determinadas pessoas dentro de ônibus e metrô. Um dos problemas mais visíveis é ligado à tecnologia: desde que inventaram os celulares com MP3, as pessoas parece que entenderam que já que tem música, deve ser mostrada aos todos.

Você entra no ônibus e tá sentado lá o neguinho com o pagode no celular no último volume. Mal se pode fechar os olhos e descansar um pouco. Quer ouvir música: Use fones de ouvido! Agora o restante dos passageiros não são obrigados a ouvir as músicas. Isso porque, na lateral de qualquer ônibus ou metrô, há uma placa informando que é proibido por ler o uso de aparelhos sonoros dentro dos veículos. Como se a população soubesse ler...


O difícil é perceber que não são apenas os mais novos que têm esses hábitos. Muitos senhores e senhoras faltam com completa educação nos veículos. Outro dia vi uma senhora jogando um papel de sorvete pela janela do ônibus. Fiquei quieto. Na segunda vez que ela fez isso, eu a recriminei, comecei a discutir com a senhora, mostrei o lixo dentro do vagão e tive que ouvir dela que "eu não era fiscal do governo para ficar mandando as pessoas jogarem o lixo no lixo". Francamente!

Agora sexta-feira passada eu presenciei o cúmulo da prova de que o homem é mais bicho do que os próprios bichos. Voltando do trabalho, sentei mais para o fundo do ônibus. Comecei a sentir um cheiro estranho, de...cocô! Olhei para os meus pés, uffa, eu não tinha pisado. mas o cheiro continuava forte. Então percebi algumas pessoas que iam sentar no fundo, voltarem reclamando e rindo. Não entendi e resolvi ir olhar o que estava acontecendo. No último banco, no chão, havia um enorme cocô humano. Sim, um grande bolo de merda dentro do ônibus. Uma pessoa havia abaixado as calças e feito cocô dentro do ônibus.

Não acreditei. Fiquei olhando aquela cena, completamente sem reação. Em que mundo nós vivemos? Que bichos somos nós? Queremos exigir do governo um transporte mais eficiente e fazemos cocô dentro dos ônibus? É...vivemos no planeta dos macacos! Não, talvez os macacos sejam mais limpos.

sábado, 7 de junho de 2008

Sex and the Paulinho

Ontem à noite me reencontrei com quatro amigas antigas. Quatro mulheres maravilhosas, inteligentes, engraçadas, criativas que compartilharam comigo diversos momentos da minha vida. Eu já ri com elas, chorei com eles, sofri por e com elas, me emocionei com elas. Os conselhos que elas davam eu incorporava para minha vida. Elas se questionavam o mesmo que eu me questionava, elas ficavam incrédulas com as mesmas coisas que eu. Mas, acima de tudo, essas quatro mulheres se tornaram fundamentais para minha vida porque elas procuravam uma única coisa, acima de tudo: amor.

Não, não são minhas amigas de infância, minhas irmãs, muito menos confidentes. Carrie, Samantha, Miranda e Charlotte fizeram o imaginário de milhões de fãs em suas aventuras deliciosas na série Sex and the City. Foram anos e anos de reações que norteavam o "é isso que eu penso", "eu já vivi isso" ou "nossa, também fico puto quando isso acontece". Só um verdadeiro fã da série poderia assistir ao filme que estreou ontem no circuito brasileiro com o sentimento de reencontro de velhos amigos.

Confesso: chorei do começo ao fim. Um dos filmes mais sensacionais que já assisti. Não por elas serem belíssimas, pelos figurinos de dar água na boca ou por suas atuações. O filme, assim como a série, são fantásticos porque eles são reais. É a vida real, às vezes dura e cruel, mas sempre com toques de humor, que as quatro personagens representavam.

O filme fala - além do sexo e da própria cidade, como sugere o título - do amor, da busca pelo amor. E essa, após uma semana terrível que passei, percebi que é minha única e verdadeira busca. Quero amar, quero meu Mr. Big, quero me apaixonar, quero viver uma história de amor eterna. Talvez eu já conheça meu Mr. Big. Talvez eu tenha medo de pensar que é ele. Mas quem sabe, um dia, a vida vai me contar.

Lógico que não poderia deixar de comentar sobre outro valor essencial do filme, que também envolve o amor: o amor pelos verdadeiros amigos. Enquanto eu chorava e pensava "será que um dia terei um final feliz no amor" olhei para o lado e estava sentado ao meu lado o Driko, um dos meus amores de verdade. Ele, além de Markinhos e Bruna, completam um quarteto mais do que especial. Quatro amigos que choram juntos, riem juntos, que ligam às 3 da manhã se precisam, que movem céus e terra para se encontrarem. Pensei: não importa como será lá para a frente, pois eu sei que estarei ao lado desses três, e isso que importa para mim. E sou feliz por te-los em minha vida!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Gira mundo


Fulano namorava com ciclano.

Ciclano havia namorado com beltrano.

Fulano amava com todas as forças ciclano.

Fulano odiava com todas as força beltrano.

Beltrano também não gostava nem um pouco de fulano.

Ciclano terminou namoro com fulano.
A roda do mundo gira mais uma vez...
Fulano fala pouco com ciclano.

Beltrano acaba se encontrando com fulano.

Beltrano e fulano deixam para trás todo sentimento ruim

Beltrano e fulano acabam se tornando amigos.

Ciclano acha engraçada essa inversão de valores.

Fulano e beltrano acabam se beijando.

Fulano gosta.

Beltrano estranha.

Beltrano diz que não quer ser envolver.

Fulano fica triste com beltrano.

Ciclano acha engraçado.

E a roda da vida real torna a se movimentar...

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Em busca da terra do PARA SEMPRE

Continuando minha semana catastrófica, eu descobri que este ano será a primeira vez desde que entrei na vida gay que passarei um 12 de junho sozinho. Sim, após quatro anos consecutivos, não receberei presentes na próxima quinta-feira, não trocarei juras de amor, não sairei para encontrar algo diferente e bonito para um namorado que me faz feliz, não sairei para jantar à luz de velas, não ficarei com cara de bobo a cada telefonema recebido ao longo do dia.

Mas perai, você acha que eu ligo para isso? Acha mesmo? Pois é, você está certo! Eu estou bastante encafifado por passar esse dia sozinho. Todos que me conhecem realmente sabem que eu adoro namorar. Gosto - e não tenho medo - de me envolver com as pessoas, arrisco em histórias de amor, acredito no sentimento até as últimas consequências. É difícil ficar só.

No entanto, este ano está sendo um pouco diferente de tudo o que eu já vivi. Pela primeira vez, descobri como me curtir sozinho, como aproveitar 100% meus amigos, como ficar feliz, mesmo sendo solteiro. Foi difícil, afinal "Paulinho, você sempre está com um namorado diferente", mas está sendo bastante proveitoso. Aprendi a lidar com situações e sentimentos que até então nunca tinha vivido ou sentido. É bom se desvinciliar de certas dependências e aprender a ser feliz sem precisar de um propósito. Ser feliz, simples e puramente isso.

Lógico, não quero fechar meu coração. Estou continuamente "Em Busca da Terra do PARA SEMPRE". Sim, sei que nenhum príncipe encantado irá me buscar em cima de um cavalo branco. Ainda bem, acho isso tão brega. Mentira, eu adoro. Apenas quero encontrar alguém que me faça feliz, que eu seja feliz e saiba manter saudavelmente essa felicidade. É pedir demais?

terça-feira, 3 de junho de 2008

Terça-feira cinzenta

Tem dias que é difícil desgrudar da coberta. O aconchego da cama muitas vezes é um oásis dentro de uma cidade cinza e escura. E nem é complicado levantar por uma questão de preguiça: há dias que o coração permanece gelado, o humor cava um buraco no asfalto e o sorriso difilmente consegue ser arrancado.

São dias únicos, não ruins, nem bons, apenas únicos. Dias em que é bom pensar, analisar a vida, pensar nos problemas, no futuro, entender o passado. Dias em que as palavras não precisam sair da boca para serem entendidas. Um simples olhar basta, e como basta.

Nesses dias dá vontade de chorar, de fugir da rotina, de se esconder. Sabe o que faço nesses dias: pego meu carro e ando pela cidade. São Paulo é um lugar que te dá respostas em dias assim. As luzes da cidade, o movimento, um mar de pessoas solitárias, voltando para suas casas cansadas, muitas desesperançosas, muitas indas e vindas automáticas. Andar na Avenida Paulista é uma terapia nesses e em muitos outros dias. Gosto da sensação de estar sozinho no meio de centenas de pessoas que se cruzam todos os dias mas nunca pararam para se conhecer.

Ando numa fase estranha. Fazia tempo que não me sentia assim, com tantas crises de "down down down". Mas, de certa forma, está sendo bom. Quando me afasto um pouco de mim mesmo consigo perceber o Paulinho que está do outro lado. Talvez esse Paulinho não esteja indo nos caminhos que deveria estar. Sei lá, 6º sentido. Quero tentar voltar a ser o Paulinho de antes, o Paulinho mais sentimentalista e menos emblemático. Talvez eu esteja conseguindo, ao menos minhas palavras estão voltando. Graças ao blog. Graças aos amigos. Graças aos obstáculos que estou enfrentando.

Hoje, tive companhia em minha fuga. Driko, um amigo, um irmão, um confidente, alguém que amo sem precisar explicar. Driko, obrigado por hoje. Obrigado São Paulo pela tão eterna companhia.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Sonho de Kiwi

Uma das lições que eu aprendi na minha vida com o passar dos anos é que nunca devemos deixar de lado nossa capacidade de sonhar. É importante sonhar, mas sonhar deve ser feito com muita vontade, com determinação. Não vale sonhar simplesmente por sonhar, é preciso correr atrás do sonho para que ele seja realizado, custe o que custar. Lógico, que seja realizado sem prejudicar aos outros.

Os sonhos são os verdadeiros fios condutores de nossas vidas. O que seria de uma vida sem um sonho, sem um objetivo, sem um marco para ser alcançado? Uma vida sem sonhos é como uma história sem personagens: ela se torna vazia.

Por isso eu venero demais as crianças e a infância. Criança sonha sem medo, sem vergonha, com inocência. Criança quando acorda conta o sonho para todos que quiserem ouvir e, muitas vezes, vive na vida real o próprio sonho sem pensar que poderá ser taxada de boba. Afinal ela é criança, ela pode e deve sonhar.

Mas, muitas vezes, quando se tornam adultas, as pessoas desistem de sonhar. Acham isso, de certa forma, infantil. Se tornam adultos cinzentos, com corações manchados, sem vida e sem vontade. A falta de sonhos acarreta na própria falta da essência da pessoa.

Ontem eu encontrei o vídeo que irei postar abaixo e que me fez chorar muito. E refletir. É uma animação, produzida por Dony Permedi na Escola de Artes Visuais de Nova York. O pequeno filme conta a trajetória de um tipo de pássaro africano chamado Kiwi, que existe na vida real. A ave, embora tenha pequenas asas, já nasce impossibilitada de voar, e passa toda a sua vida no chão.

A animação é bem simples, mas é necessária assisti-la com o coração. A mensagem que fica é: lute por seu sonho, mesmo que ele pareça ser impossível.