segunda-feira, 17 de maio de 2010

Dia da Internet

Há quatro anos a ONU decretou dia 17 de maio como Dia Mundial da Sociedade da Informação. Um viva à internet, que vem me trazendo experiências senacionais desde que eu a descobri. Viva!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Homossexualidade na tela

Nos últimos três dias assisti três obras com a temática voltada para a homossexualidade e gostaria de compartilhá-las com vocês.

O primeiro filme foi Shortbus, do diretor John Cameron Mitchell, que conta a história de personagens interessantíssimos: uma terapeuta sexual de casais que nunca teve um orgasmo, um casal de gays que anda com dificuldades no namoro e pensa em abrir a relação, uma dominatrix que mantem sua vida pessoal em sigilo e não consegue se abrir para as pessoas, um voyer que acompanha de perto, escondido, toda a vida do casal gay, entre tantos outros. Todos os personagens frequentam o Shortbus, um bar/balada/casa de sexo em que a liberdade é a grande palavra de ordem.

O filme chocou Cannes quando foi exibido, pelas fortes cenas de sexo explícito e pelo conteúdo libertário de suas falas. Talvez por isso eu tenha ficado muito pensativo após assisti-lo. Atualmente no universo gay há mais liberdade sexual do que emocional. Os gays em geral conseguem muito mais ir para uma sauna transar com quantos quiserem do que pronunciarem um "eu te amo". E não digo isso por falso moralismo. Apenas entendo que hoje em dia a liberdade que temos de nossos corpos, de nossas vontades sexuais, de nossos desejos, é extremamente superior à liberdade de expormos nossos reais sentimentos.

E isso foi uma construção realizada por todos: a sociedade conservadora, o preconceito (mesmo o velado), o conservadorismo e, pasmém, os próprios gays. Sim, os gays optaram por seguir neste caminho. É como se a sociedade gay vivesse em um grande ciclo, visivelmente identificado nas últimas décadas: primeiro o anonimato por medo do conservadorismo, depois a explosão dos direitos gays, do sexo, a grande disseminação da AIDS, depois a retomada de uma vida "igual entre todos", sem levantar a bandeira gay, e agora novamente a liberdade do corpo. Confesso: tenho um pouco de medo de como esta geração será daqui 30 anos (e me incluo neste pensamento).

A segunda obra que assisti foi o engraçadíssimo filme The Big Gay Musical, de Fred M. Caruso, composto por um elenco inimaginável de artistas da Broadway e até pelo ator pornô Brent Corrigan. O longa conta a hilária história de backstage do mundo dos musicais, com direito a todos as características de um enredo com temática gay: saída do armário, virgindade, sexo casual, paixões difíceis, aceitação, conservadorismo da Igreja.

O filme é realmente impagável e se tornou um dos hits nos EUA. Por trás das piadas muito bem produzidas e do cotidiano de jovens gays que sonham com a felicidade, há uma enorme crítica às religiões que protestam contra a homossexualidade, levantando a bandeira "de que Deus é contra os gays". Além da trama bem interlaçada (embora com alguns clichês), obviamente, há as músicas deliciosas que compõe o filme (além de corpos ainda mais deliciosos).

Por último, assisti ao programa Profissão Repórter, da Rede Globo, exibido na noite de ontem, 11 de maio. Ele abordou a questão da homossexualidade na família, trazendo personagens reais que vivenciaram este drama. Uma das entrevistas (a qual eu também ja entrevistei para uma matéria da Revista A Capa) foi a escritora, professora universitária e pesquisadora Edith Modesto (foto), criadora do GPH (Grupo de Pais de Homossexuais).

Edith faz um trabalho fabuloso à frente deste órgão, onde ajuda centenas de pais a enfrentaram a descoberta da homossexualidade dos filhos. Talvez um dos momentos mais difíceis na vida de um gay seja a hora de se abrir com os pais. O medo de perder o amor deles, o medo de ser rejeitado, o medo de sua vida nunca mais ser a mesma, o medo de perder o respeito dentro de sua própria casa. Muitas são os obstáculos a serem enfrentados neste momento delicado. Se puderem, procurem no YouTube o programa, pois é um excelente documentário e ótima iniciativa da Rede Globo, que por muitas vezes de mostrou hipócrita e preconceituosa.

Como sempre, a arte imitando a vida e usando a arte para modificar a vida. Quem sabe modifique a cabeça das pessoas que ainda têm uma visão arcaica da homossexualidade. Quem sabe...