terça-feira, 26 de agosto de 2008

Armando a barraca

Barrada de acampamento: confere
Colchonete: confere
Lanterna: confere
Máquina digital: confere
Gravador de voz: confere
Blocos de notas: confere
Kit alimentação: confere
Remédios: confere
Troca de roupas: confere
Pilhas: confere
Livro: confere
Escova de dente: confere
Galão de água: confere
Guarda-chuva: confere
Repelente: confere

Acampamento em uma praia deserta? Mochilão no interior? Viagem para o Pantanal? Não não, estou me preparando fisico e emocionamente para passar 5 dias na fila da Av. das Nações Unidas para comprar ingresso para o show da Madonna. De fã e louco todo mundo tem um pouco, certo?

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Venhaaaaaaaaaaaaaaaa!




Você vai no show da Madonna no Brasil? Vai comprar qual setor? Ficará acampado na fila, tentará a sorte na internet ou vai comprar o ingresso pelo call-center?

Pois é, a notícia mais esperada no ano enfim se confirmou (leia aqui). Jornalismo à parte, Paulinho Basile aqui estará acampado dias antes na fila, com direito a vários sanduíches, garrafas de água, cadeira de praia e muita, mas muuuuuuuuuita paciência. Todo sofrimento válido para realizar o sonho de assistir ao show da diva. Sim, estarei no meio da multidão de pessoas ensandecidas para colocar a mão no ingresso do show em São Paulo, o mais esperado da minha vida. Exagero? Sim, mas, ao menos para mim, extremamente válido! Coisa que só fã de verdade entende!

Agora, pensem comigo: grande parte do público de Madonna é formado por gays. Grande parte dos gays brasileiros (que tiverem economizado seu rico dinheirinho) vão ao show. A pergunta que não quer calar: A compra dos ingressos e os shows serão uma Parada fora de época? Ficaadica!

domingo, 17 de agosto de 2008

Macaco velho também chora

É inusitado quando vivo momentos que servem de flashback para minha adolescência. Ontem de madrugada foi um deles. Entre centenas de pessoas na balada, dançando, felizes, beijando, curtindo, bebendo, eu tive uma crise de choro. Não uma crise qualquer, mas um momento digno de sentar no chão e ficar com olhos doendo de tanto chorar. Chorei por gostar de quem não gosta de mim, chorei por falta de atenção, chorei por me sentir velho e rejeitado, chorei porque tinha alcool no meu corpo, chorei por carência e medo. Ontem, chorei como anos atrás.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

A Carta

Um e-mail histórico que ficará na minha memória para sempre. Onde tudo começou, diretamente do túnel do tempo, sem correções nos erros de grafia, sem nenhuma alteração, nu e cru como foi naquela quinta-feira de madrugada, uma noite que começou a mudar a minha vida. Eu nunca mostrei isso a ninguém, mas faz parte da minha história e esse blog é um cantinho para eu contá-la. Com vocês, um Paulinho de 16 anos, medroso, inseguro e com a esperança de entender o que sentia:

De: Paulo Beto Miniaci Basile
Assunto: agora vou contar...
Data: Quinta-feira, 18 de Dezembro de 2003, 1:58

Bom, eu resolvi escrever isso pra vocês pq foi a forma menos difícil de eu contar pra vcs o que q é q eu tenho q contar pra vcs e to passando dias horríveis com isso na cabeça, eu cabei de tomar água com açúcar pra ver se eu me acalmava. Eu sei q essa é a atitude mais difícil que eu já tomei em toda a minha vida contar isso que eu vou contar, mas eu to passando desde sábado, quando tomei essa iniciativa de conta rpra vcs a verdade, to passando dias horríveis, madrugando só pra fikar pensando na minha decisão..eu resolvi contar isso pra vc pq depois da minha família, vcs Dé,Vero,Mario e Thati são as pessoas q eu mais amo na minha vida, as pessoas q eu mas espero q me apóiem e fikem do meu lado, independente das minhas escolhas...bom, num sei qual vai ser a reação de vcs quando eu contar isso, num sei c vcs vaum kerer perder a amizade comigo, c vcs vaum me xingar, naum sei, tenhu muito medo do q possa acontecer, mas eu naum consigo mais viver com isso sem ninguém saber...por isso a única coisa q eu peço, c vcs realmente gostam de mim, é q vcs me apóiem, pq eu to passando por um momento muito difícil na minha vida por causa disso, e a ultima coisa q eu preciso é a desaprovação das pessoas q eu mais amo na vida... Bom preciso começar...vcs sabem q eu sempre fui de me apaixonar fácil pelas meninas, já gostei de varias meninas, amei mesmo, como amei a Dé por muito tempo na minha vida...e eu amo fikar com as meninas, mas eu preciso confessar pra vcs q eu tbm tenhua tração por meninos, é isso...e naum é de hoje q eu percebi isso, ta sendo horrível eu er q admitir isso, mas eu naume stou sendo feliz ocultando a verdade...naum q eu virei gay, num falaria assim..eu simplesmente gosto de meninas e tbm de meninos...provavelmente vcs devem estar loukos se perguntando como eu nunca falei isso, pq eu sempre procurei naum fazer ninguém desconfiar, pq eu realmente naum sabia se era verdade ou naum...mas a algum tempo eu comecei a procurar pessoas na internet q estivessem passando pela mesma situação q eu, pq eu precisa ouvir alguém q fosse como eu...precisava de conselhos, precisava desabafar...mas eu naum podia de forma alguma flaar isso pra vcs, pq eu tinha muito medo do q vcs fossem falar...afinal esse mundo é muito preconceituoso, e eu tenhu muito medo de admitir isso, q eu gosto de meninos...mas depois de conhecer diversas pessoas q tinham a mesma idade q eu,e studavam em colégios iguais ao meu, tinham sua vida parecida com a minha, e estavam passando pela mesma situação de descoberta q eu estou, depois disso eu percebi q eu naum era o único...e eu recebi conselhos valiosos de pessoas q tinham passado pela mesma situação q eu estou passando, por isso depois de pensar muito na minha vida, esses dias taums endo os mais longos de toda minha vida, mais dolorosos, mais ansiosos...eu resolvi contar isso pra vcs...mas eu keria falar pra vcs q eu naum deixei de ser homem, naum deixei de gostar das mulheres, to apaixonado eu achu pela mandy, naum deixei de ser essa pessoa engraçada q eu achu ser, naum deixei de ser o Paulo...eu sempre fui eu mesmo, porem nunca tive coragem de cotar isso pra vcs...bom eue stou suando frio agora, estou com medo, estou chorando, estou passando pelo pior sentimento q eu já apssei, massaibam q mesmo vcs naum gostando dessa minha escolha, mesmo vcs podendo fiakr contra a mim, naum kerendo falar comigo, ou me tratar de outra forma do q antes, mesmo assim eu tenhu em mente q foia melhor coisa q eu poderia fazer..eu cont isso pra vcs pq até mesmo um segredo q eu tinha q era de eu naum ser filho de sangue dos meus pais, até isso eu contei pra vcs, pq eu amo muito vcs, eu daria minha vida se fosse preciso pra salvar a de vocês, por isso resolvi contar...e resolvi contar dessa maneira, escrevendo, pq eu naum teria cara pra falar isso na frente de vcs...com certeza ta sendo um choque enorme pra vcs, mais do q qualquer um q vcs podem ter passado, mas pra mim ta sendo bem pior...eu só espero isso, antes q vcs keiram falar alguma coisa comigo, pensem e se vejam na minha situação...eu precisaria muito do apoio de vcs, eu tenha sonhado com esse apoio todos esse dias...por isso eu keria q vcs consergisse me entender...desculpa eu naum ter contado isso antes,e ter formado essa bola de neve q foi crescendo na minha cabeça, na minha conciencia...mas agora eu contei...só keria q vcs naum contassem pra ninguém, pq eu naum kero q ninguém saiba...so kero dizer q independente da suas atitudade, eu vou continuar amando demais vcs e com certeza estarei rezando por vcs pelo resto da minha vida, pq vc saumas pessoas mais maravilhosas q eu conheço...é isso, me perdoem...mas essa foi minha opção...gostaria q vcs respeitassem ela...

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É tão bom poder olhar para trás e perceber o quanto podemos amadurecer com o tempo. Além disso, é tão bom perceber que os verdadeiros amigos sempre passam juntos pelos piores momentos. Mario, Thati, Vero e Dé? Continuam sendo pessoas maravilhosas na minha vida, não tão próximas como na época do e-mail, mas com um carinho e respeito de sempre. Obrigado vocês por terem deixado eu ser o que queria ser.

sábado, 9 de agosto de 2008

20 e poucos anos

Terça-feira, 5 de agosto, Rua Frei Caneca

Começarei sem rodeios, introduções, comparações, metáforas ou qualquer simples piadinha. É o que sinto: estou entendendo o que é amadurecer. Sinto o peso dos anos que se passaram. Sinto a necessidade, outrora infantilizada, agora mais do que real, de se usar no cotidiano expressões como "na minha época". Sinto momentos fantásticos/temidos de nostalgia, de lembranças, de ex-sentimentos, ex-momentos.

Muitos são os motivos para que esta minha semana tenha sido tão emocionalmente explorada. Um deles, em especial, é o contato com um amigo que pude conhecer - e ganhar sua tão deliciosoa amizade. Ele tem 18 anos, recém completos. Eu tenho 21. São apenas 3 anos de diferença, mas um mundo, um universo, um cosmos de distância entre o que eu já vivi e o que ele já viveu. Por outro lado, olho para ele e vejo minha imagem refletida.

Vejo um Paulinho ingênuo, medroso e puro pegando o metrô pela primeira vez sozinho, com um mapinha para entender como chegar na estação..."como é o nome onde tenho que descer Thati?", "Consolação Paulo, lá na Paulista", "Mas tem várias saídas ou é só sair", "Só sair". "Vai com cuidado, por favor, me liga depois

Vejo um Paulinho entrando pela primeira vez em uma balada gay, vendo pela primeira vez homens se beijando na frente de todos, ouvindo pela primeira vez música..."É eletrônica?", "Isso, Paulinho", chegando pela primeira vez muito de madrugada em casa, mentindo pela primeira vez para a mãe por onde passou a noite.

Vejo um Paulinho apaixonado, com medo de que terminem o namoro com ele, olhando constantemente para o celular, esperando o momento do sonhado nome aparecer na tela, um Paulinho que acredita no final feliz, um Paulinho que sonha com histórias de amor, um Paulinho que tinha medo de gostar de alguém.

Ao ver esse Paulinho na imagem do meu amigo, sinto novamente um pouco esse Paulinho. Ao me rever, me reencontro. E cada partícula de sensação que um dia já senti agora volta intensamente e, bem mais madura, para minha vida.

Madura? Sim, é isso, amadureci. Sabe que não dói tanto quanto eu imaginava que doeria anos atrás. Como mesmo cheguei a comentar ontem em alguma parte do meu dia: "sou cachorro velho Lu, sou cachorro velho".

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

A dança de Matt

Vez ou outra encontro na internet histórias que me tocam, que me fazem pensar, chorar e refletir sobre o mundo em que vivemos. A história que irei contar hoje eu aprendi pelo meu editor, o Valmir, que em um post muito feliz no blog da DOM, onde trabalhamos, me apresentou ao designer Matt Harding.

No ano de 2003, o designer largou seu trabalho em Brisbane, Austrália, e resolveu fazer um mochilão pela África. Para manter a família e os amigos informados sobre seu paradeiro, ele criou o site Where The Hell Is Matt?. Quando ele estava em Hanói, no Vietnã, um amigo deu a idéia de Matt fazer uma dancinha que ele sempre fazia, que ele o filmaria.

Alguns anos depois, o vídeo da dancinha foi passando de um para o outro até que o site Stride Gum conheceu a história dele e resolveu fazer uma proposta para ele: ele viajaria em 2006 por 32 países e filmaria em cada um deles a dancinha. Detalhe: tudo pago!

No ano seguinte, Matt deu outra idéia para o site. Ao invés dele ser filmado faznedo a dancinha sozinho, ele dançaria junto com os habitantes das cidades que viajaria. Afinal, sua dancinha estava ficando famosa e ele já havia recebido diversos e-mails de pessoas que queriam participar.

Quando eu assisti o vídeo pela primeira vez (okey, confesso, pela segunda vez também) eu chorei, fiquei bastante emocionado. Por que? Pelo simples fato de ver a alegria das pessoas fazendo a dancinha. No vídeo são vistos diversos países, diversas culturas, diversos povos, diversas religiões. Mas nada disso importa, o que importou, nem que por poucos segundos, foi fazer a dancinha e ficar feliz com isso.

Foi o que meu editor disse "Dá até mais esperança na humanidade, né não?". Vejam vocês a dancinha de Matt:

Lição de Vida

O diretor de uma escola primária ofereceu um almoço em homenagem às pessoasidosas da comunidade, durante o qual uma das senhoras convidadas, de idadeavançada, ganhou um rádio num sorteio realizado com os cupons que foramentregues na porta.

Mais tarde esta senhora escreveu uma carta emocionada em agradecimento aospromotores do evento.Este relato é uma homenagem a toda a humanidade, eserve para refletirmos sobre as relações humanas. Vejam que LIÇÃO DE VIDA:

Caros alunos e membros da direção, Deus os abençoe pelo lindo rádio queganhei durante o almoço em homenagem aos idosos!

Eu tenho 84 anos e moro em um lar de velhinhos. Toda a minha família jáfaleceu e não tenho mais parentes.Por isso foi muito reconfortante saber que existem pessoas que ainda levamem consideração o meu bem estar e paz de espírito.

Aqui no nosso lar divido o quarto com uma companheira mais idosa do que eu.Ela tem 95 anos de idade e não pode comparecer ao almoço por estar muitodeprimida.Durante todos estes anos em que convivemos ela teve um radinho como o meu,que lhe fazia companhia constante. Ela nunca permitiu que eu ouvisse orádio dela, mesmo quando estava dormindo ou ausente.

Há algum tempo, noentanto, o rádio dela caiu do criado mudo e se espatifou no chão.Foi muito triste para ela, que chorou muito.

Então eu ganhei este rádio e nodia seguinte ao almoço ela pediu-me para ouvi-lo, e eu disse:"Nem fudendo, sua velha filha da puta!!!"

Muito obrigada por me proporcionarem essa inesquecível oportunidade!


*Fabiano, essa é para você!