terça-feira, 25 de agosto de 2009

Não conte para ninguém!

Vivemos em uma mundo onde as barreiras da privacidade e da intimidade são facilmente quebradas. Com simples cliques e ingênuas pesquisas em um Google qualquer conseguimos encontrar as mais complexas características de qualquer pessoa. Nossa vida está em uma rede repleta de olhos, ouvidos e muitas línguas afiadas. Ser um anônimo já é uma tarefa bastante difícil para aqueles que jamais gostariam de estar no foco da luz. Neste mundo, talvez, nossos maiores tesouros são simplesmentes nossos míseros segredos.

Quem, afinal, não tem um segredo, aquele puro segredo guardado a sete chaves dentro da própria cabeça? E não digo um segredo de Estado, algo grande e complicado. Não, falo dos segredos pueris, dos segredos inocentes, dos segredos envergonhados. Falo daquele beijo que ninguém pode saber que você deu, daquele cigarro fumado nas sombras de uma árvore, naquele pum soltado em silêncio. Falo dos pensamentos que vasculham cada neurônio de sua cabeça quando você a deita sobre o travesseiro, do amor platônico que ninguém nunca soube, do desejo pelo outro que nunca será seu.

Segredos são as únicas armas que apenas você pode usar. Segredos constróem e distróem, segredos são perigosos pelo simples fato de serem seu segredos, e só seus. E são eles que fazem da tua vida tão especial, são momentos, são pensamentos, são ideais, são imagens, que a partir do momento que deixam de ser só seus não são mais de ninguém.

A magia de um segredo acaba quando este encontro outro olhar, não o seu que por anos, ou segundo, viveu calado com eles, mas o olhar de alguém que irá julgá-lo, que irá analisá-lo, que irá desegregá-lo. Segredos são únicos.

Eu tenho os meus e os cultivo com muito carinho. Quando me deixam de ser úteis eu os entrego sem olhar para trás. O brilho do segredo acaba quando o vento o leva. Pois o vento nunca o trás de volta.

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