sábado, 13 de setembro de 2008

O calor do arco-íris fortalezense


- Tatá, vou correndo para a sala de imprensa assim que acabar essa coletiva tá?
- Ótimo Paulinho, enquanto isso vou entrevistar aquele diretor do filme!
- Até a hora do almoço já coloco a matéria no site e descarrego as fotos, tenho que correr…
- A gente vai ter que almoçar rapidinho para não perdermos a van para o festival.
- Tá, vou cooooorreeeeer, quantos filmes são hoje de tarde?-
Acho que 4 e de noite tem mais 7!
- Ai meu Deus, beeeeeeeeeeeijo que to atrasado, te vejo daqui a pouco.

Cine São Luiz: palco de filmes sensacionais

Pois é, eu e Tatá estamos de volta a São Paulo após seis dias extremamente corridos em Fortaleza. Fomos convidados pela organização do For Rainbow - Festival de cinema da diversidade sexual para cobrirmos a 2ª edição, que aconteceu na cidade entre 5 e 9 de setembro, e vou confessar: foi uma das experiências mais incríveis de toda a minha vida.

Assistimos filmes de uma qualidade impressionante, conhecemos pessoas do Brasil todo, profissionais do mundo cinematográfico, da crítica, do teatro, da televisão, entrevistamos pessoas de um talento incomparável (a sensação de estar cara-a-cara com Ney Matogrosso e com o queridíssimo ator Nildo Parente foi inexplicável), aprendemos muito sobre cinema.

Ney Matogrosso e Neido Parente, atores do filme "Depois de Tudo", de Rafael Saar

Foi uma grande oportunidade para entender de perto a cultura, o conhecimento e o modo de trabalho das pessoas responsáveis por fazer filmes. Mais do que o produto final que apenas estamos acostumados a ver, conseguimos entender os porquês de tudo o que vimos na telona, entender a cabeça desses formadores do cinema, pessoas talentosíssimas de todas as partes do país.

Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre, Brasília, Curitiba: o Brasil em Fortaleza

Lógico que pudemos, nas pouquíssimas horas vagas que tivemos (o trabalho era hard!), nos deliciarmos com as comidas típicas do Ceará (ah que saudades sentirei do rodízio de camarões daquele lugar), das praias de natureza belíssima, do céu mais azul impossível e do calor e fervor que só uma cidade nordestina consegue ter.

Quero agradecer a todas as pessoas que fizeram esse festival se tornar um sucesso, aos organizadores, aos idealizadores, aos realizadores dos filmes, à imprensa que foi convidada e ao público que foi fiel em toda a programação. É a mostra de que a diversidade sexual está cada vez mais sendo discutida e seu espaço está crescendo em nossa sociedade.

Singularidades, documentário vencedor do festival

Toda a cobertura dos 5 dias de festival pode ser conferida em nosso site (acesse aqui o link) e na DOM de outubro teremos uma matéria especial sobre o que de melhor foi apresentado durante o II For Rainbow. Aguardem!

Eu tive a oportunidade de representar toda a imprensa convidadas para cobrir a programação do For Rainbow e fui o escolhido para entregar o troféu Arthur Guedes (o prêmio oficial do festival) para o filme escolhido pela crítica. Foi uma emoção muito grande prestigiar Ana Cláudia França com o troféu por seu trabalho no curta “Singuralidades”, que também venceu como filme de melhor documentário. Foi uma honra subir no palco e ter a DOM representando toda a imprensa.

Momento Besteirol: Ahhh, lógico, não posso esquecer de contar umas curiosidades engraçadas sobre a viagem (nessa hora Tatá me matará quando ler rs). Como todo o grupo do festival ficou bastante unido e se tornou uma verdadeira família, os realizadores dos filmes apresentados na Mostra Competitiva resolveram criar uma espécie de premiação paralela. Seria uma espécie de troféu For Rainbow, mas com categorias, digamos, bastante irreverentes. Entre elas estava o prêmio de melhor hetero, o mais bem vestido, o miss simpatia, o ativo, o passivo, o relativo e tantas outras divertidíssimas.

É com muita honra que conto a vocês que eu e Tatá fomos premiados nessa competição engraçada. Mais do que merecida, Tatá recebeu o troféu de diva do festival (táaaaaaaa meu bein, ela pode!) e eu recebi duas estatuetas, a de melhor jornalista (uhhul!!!!!) e o prêmio mais esperado da noite: fui consagrado com o troféu de melhor bicha do festival. Hahaha, juro, não estou de sacanagem! O júri me considerou o gay mais importante do For Rainbow (Paulinho empina o nariz, joga os cachinhos de lado e faz carão rs).

A bicha e a diva

ógico, todos levaram a brincadeira no melhor humor possível e a premiação terminou com uma enorme certeza de que muitas amizades tinham sido feitas naquela cidade e que perdurariam por todo Brasil. Foi um prazer conhecer todos que conheci e sei que volto de Fortaleza muito mais rico pessoalmente e profissionalmente. Que venha o III For Rainbow ano que vem! Vai dar saudades!

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