quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Poças empostas

Acordei com vontade de pisar em poças de chuva. Mas não quero as poças rasas, de certo modo límpidas, com esta ou aquela sujeira. Não. Quero poças marrom-escuro, poças profundas, poças extensas e sujas. Quero pisar naquela poça de barro, de lama, de sentir a terra se esgueirando entre meus dedos do pé, da sujeira se permitindo entrar na unha, da pele escorregadia, do cheiro de interior. Quantas vezes nos permitimos pisar em poças? Quando foi a última vez que você pisou em uma poça e deu uma bela gargalhada, e não um "[xingamento] e como vou chegar no meu trabalho assim? que [xingamento]"? Na infância? Talvez hoje eu tenha acordado na infância, acordado uma criança que quer pisar em poças sem medo, sem receio, sem drama, sem e com tudo. E você, pisa na poça comigo?

Um comentário:

RJ disse...

Ah, também tenho essas vontades... pisar na lama, pegar chuva, brincar como só antes fazíamos, quando éramos crianças e tínhamos medo de poucas coisas...