quarta-feira, 1 de julho de 2009

Meia dúzia


O semestre acabou. Semestre ruim, cinza, pesado. Semestre triste, descontente, desconfiado. Semestre que começou nas areias com oferendas para Iemanjá na primeira vila fundada no Brasil. Semestre que conheceu os ares ensolarados de Recife, a arquitetura alegre de Olinda, as paisagens alucinantes do Rio de Janeiro. Semestre que reencontrou as ruas desenhadas a dedo de Curitiba, semestre apresentado ao litoral singelo do Paraná. Semestre que teve inejção no bumbum, exames de sangue, espinhas afloradas. Semestre que teve beijos roubados, sentimentos partidos, amores reencontrados. Semestre montanha-russa no jornalismo, de péssimos profissionais e diploma caindo. Semestre que começou sem trabalho e termina sem trabalho. Semestre que começou sem relacionamentos e termina sem relacionamentos. Semestre que começou com grandes amigos e termina com grandes amigos, alguns distantes, mas ainda grandes. Semestre que começa com promessas, decisões e procuras. Semestre que acaba com dúvidas, desilusões e incertezas. Semestre que termina com expectativas de gripe suína. Semestre que começa com dor na cabeça, olhos e coração. Semestre que termina com o cancelamento de uma viagem querida. Semestre que começa com planos de viagens futuras. Semestre que termina com o começo de um semestre que ainda vai terminar, mas também deixará sua marca.

Um comentário:

rnt disse...

É engraçado acumular uma vida dentro de um corpo, arrastar esse corpo sempre, e ninguém suspeitar dos traumas, alegrias e marcas. Do tempo.