quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Andando em muros


Os anos passam, os anos chegam, mas meu coração e minhas dúvidas sempre continuam: depois de se relacionar com muitas pessoas, de ter muitos namoros, de se apaixonar, de amar loucamente e de ter isso várias vezes jogado num poço obscuro sem volta e com muito sofrimento, será que acabamos desenvolvendo uma película protetora de envolvimentos? Na novela do amor, quando a história tem muitos capítulos, ela se torna cansativa?

O ano de 2008 foi-me atípico no quesito relacionamentos. Tive dois namoros relâmpagos que mais me sugaram do que me acrescentaram. Em um, o saldo foi inúmeras brigas e um carro batido. O outro, inúmeros xingamentos em minha cabeça e uma pinga mineira falsificada para meu pai. Dentro de mim, nada sobrou, nada valeu. Tive outros mini-relacionamentos com alguns meninos que surgiram na minha vida: um idiota que estava comigo enquanto a credencial do São Paulo Fashion Week continuasse, um que não estava comigo, eu que estava acompanhando o umbigo dele, outro que ficou comigo por pura falta de algo melhor para fazer, e assim por diante. Ou seja, profundidade em sentimentos, zero!

Com tudo isso, acabei me fechando para os relacionamentos e voltei minhas atenções para meus amigos. Os beijos e amassos deram lugar às incansáveis gargalhadas com meus amigos. Eu não precisava mais de homens, eu tinha amigos. Por um lado, ótimo, por outro, a carência afetiva começou a crescer em meu coração.

Hoje estou andando em cima de um muro com cacos de vidro. Se eu pular de um lado, tenho festas, baladas, bocas para serem beijadas e a vida de solteiro que sempre acostumei a ter. Se pular do outro, posso ter uma vida maravilhosa como uma pessoa também maravilhosa. Onde esse muro vai acabar?

2 comentários:

Anônimo disse...

Será que jornalistas modernos são assim, só se encontram em blogs?? kkkkk

Gostei.
Bjs

Anônimo disse...

O muro não acaba. Seu caminho nele também não. Na verdade nunca acaba. Um dos pés sempre vai pisar nos cacos de vidro, tanto vivendo a badalação noturna diária, quanto com um espelho agradável.