quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Como se fosse ontem...


...eu tinha 16 anos, o calendário marcava o dia 5 de fevereiro de 2004, era uma tarde ensolarada. Coloquei minha camiseta azul com coqueiros desenhados, era minha favorita. Abri o livrinho "minutos de sabedoria" em uma página qualquer e lá me disse para seguir meu coração. Menti para minha mãe ao dizer que ia no shopping com meus amigos. Ela nunca imaginaria onde eu estava indo. Peguei um ônibus e fui até a estação Bresser do metrô. Em meu bolso estava as instruções que eu havia escrito, com a ajuda de minha amiga Thati, para conseguir chegar de metrô até o local marcado. Encontrei Thati na estação, ela me reconfirmou o caminho que eu devia fazer, nos abraçamos e ela me deu boa sorte. Passei a catraca com medo. Uma baldiação na Sé, uma baldiação no Paraíso, e finalmente cheguei à estação Consolação. Subi a escada rolante, o sol bateu no meu rosto, o ar movimentado da grande avenida de São Paulo arrepiou meus pelos. Olhei para um lado, olhei para o outro, e lá estava a banca Bruno, o ponto de encontro marcado. O relógio marcava quase 14 horas. Ele não estava lá ainda. Comprei um chiclete. Esperei. Estava ansioso. Era tudo novo. Então ouvi uma buzina. Era ele, sentado em sua moto, tirando o capacete. Ele acenou para mim, fui até ele, nos cumprimentamos. Ele pediu para eu subir na garuba. Coloquei o capacete e subi. Ele acelerou. O vento batia no meu rosto, fazendo-me sentir em um grande filme romântico. Era meu primeiro encontro, o primeiro menino com quem eu saia em toda a vida. Eu estava me descobrindo e ele, Bruno, era peça fundamental para isso. Descemos a Rua Augusta e ele parou para cumprimentar alguns amigos. Fiquei sem graça. Descemos a Frei Caneca. Entramos no shopping. Ele estacionou. Eu estava com vergonha. Fomos ao cinema. Assistimos Encontros e Desencontros. Um filme incrível. Um cara reclamando que estávamos falando no cinema. O filme acabou. Conversamos mais um pouco. Ele me levou ao metrô e nos despedimos. Seria a última vez que eu o veria por muito tempo. Ele me dera a certeza: era esse caminho que eu havia escolhido para minha vida. Exatamente cinco anos atrás.

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