domingo, 8 de fevereiro de 2009

Suástica na telona

Mais dois filmes chamaram minha atenção ultimamente, pela intensidade de suas cenas, pelas belíssimas atuações de seu grupo de atores e, principalmente, pelo tema abordado em ambas as produções, um tema ainda muito difícil de ser tocado por ser uma das mais cruéis realidades que nossa civilização já presenciou: o nazismo.



O primeiro filme está na requisitada lista do Oscar 2009, com 5 indicações. "O Leitor", de Stephen Daldry, é o filme que deu a Kate Winslet o Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante. Aliás, vale lembrar que Kate marcou história na mesma premiação ao ganhar o troféu de melhor atriz em drama pelo filme "Revolutionary Road", já comentado aqui no blog. Injustamente e curiosamente, a atriz concorre nesta edição do Oscar apenas pelo filme "O leitor", mas na categoria de melhor atriz.

A história se passa no fim do anos 50, quando a Alemanha tenta se reconstruir após as atrocidades cometidas pelo nazismo. No entanto, o filme vai e volta no tempo constantemente, descontruindo completamente a história. Michael, im adolescente de 15 anos acaba se envolvendo com Hanna, a personagem de Kate, uma mulher mais velha que trabalha como cobradora de bondes. Os dois começam a se relacionar sob uma "troca": Hanna inicia sexualmente Michael, porém o garoto, a cada vez que se encontram, precisa ler em voz alta um livro para ela.

No entanto, Hanna acaba se envolvendo com o nazismo e, no futuro, acaba sendo presa e julgada pelos seus crimes. Porém, há mais complexidades do que o espectador pode imaginar. O filme trata do analfabetismo, da justiça, da responsabilidade individual e das consequências do Holocausto dura e friamente.

Kate provavelmente levará para casa a estátua dourada e o filme ainda concorre aos Oscars de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Fotografia.

Já a segunda produção hoje foi um dos responsáveis por me proporcionar uma longa crise de choro, com direito a soluções e depressã0-pós-filme. Embora eu venha comentando apenas dos filmes oscarizados, "O menino do pijama listrado" não aparece em nenhuma categoria desta edição do Oscar, mas bem que merecia. O filme também fala do nazismo, porém visto pelos olhos de uma criança.

Bruno é uma criança de 8 anos que vê sua vida ser modificado ao se mudar com a família para uma casa no interior, pois seu pai, quie trabalha no exército da Alemanha, foi transferido. No entanto, o menino não sabe que no fundo da fazenda onde passa a morar existe um campo de concentração, com centenas de judeus vivendo. A partir da inocência da infância, Bruno acaba fazendo amizade, através da cerca que separa sua casa, com Shmuel, um menino judeu que mora no campo de concentração. Shmuel veste o uniforme dos presos do campo, porém Bruno acredita que na realidade todos usam, na verdade, pijamas. Por isso o título do filme.

Uma história incrivelmente delicada, bela e triste, que mostra de maneira tocante como o nazismo matou milhares de pessoas que, na realidade, eram iguais a todos os outros. Um filme difícil de ser engolido, indigesto e revoltante. Como arte, perfeito! Mas não é arte, foi a vida real, e isso dói ao assistir.

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